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De Shrek ao Vale do Silício: como criador de Hollywood leva o storytelling ao venture capital

Criador de sucessos em Hollywood, executivo aposta na arte de contar histórias para escolher startups

Shrek: Jeffrey Katzenberg, ex-Disney e criador de Shrek, diz que o segredo por trás de um pitch vencedor é o mesmo de um bom filme (DreamWorks/Divulgação)

Shrek: Jeffrey Katzenberg, ex-Disney e criador de Shrek, diz que o segredo por trás de um pitch vencedor é o mesmo de um bom filme (DreamWorks/Divulgação)

Publicado em 26 de maio de 2025 às 08h40.

Jeffrey Katzenberg passou mais de quatro décadas produzindo alguns dos maiores sucessos de bilheteria de Hollywood. Agora, como investidor de risco, aposta em uma habilidade que considera essencial tanto para filmes quanto para startups: o storytelling.

Em entrevista ao podcast Logan Bartlett, publicada no sábado, 24, Katzenberg afirmou que a capacidade de contar boas histórias é “fundamental para todo tipo de negócio”. Segundo ele, a experiência de 45 anos no cinema encontra aplicação direta no mundo dos investimentos.

Katzenberg foi presidente conselho de administração dos estúdios Walt Disney até 1994 e depois fundou a DreamWorks, onde esteve à frente de franquias como Shrek, Madagascar e Kung Fu Panda.

Em 2017, após deixar a DreamWorks, ele cofundou a gestora de venture capital WndrCo ao lado de Sujay Jaswa, ex-diretor financeiro do Dropbox.

A WndrCo tem no portfólio empresas como Databricks, Deel e Figma. De acordo com Katzenberg, a narrativa é uma ferramenta estratégica que ajuda desde a atrair talentos para uma startup até convencer investidores e conquistar clientes.

“Sentar com um fundador, revisar o pitch e aperfeiçoar a apresentação em menos de 30 minutos é uma arte e uma ciência”, disse.

Durante o episódio, o executivo também comparou as culturas de Hollywood e do Vale do Silício. Segundo ele, o fracasso é visto de forma muito mais dura na indústria do entretenimento. “Em Hollywood, uma falha é uma marca que nunca desaparece”, comentou.

Katzenberg teve a própria experiência com isso em 2018, ao lançar o Quibi — uma plataforma de vídeos curtos para celular criada em parceria com Meg Whitman, ex-CEO do eBay. Apesar de levantar quase US$ 2 bilhões antes mesmo do lançamento, o serviço durou apenas seis meses e foi encerrado por falta de engajamento e problemas de marketing. No podcast, ele classificou o projeto como “um grande erro de cálculo”, mas afirmou que entende a lógica do Vale do Silício: “Você não acerta um home run se não tentar”.

O movimento de personalidades da música, cinema e esportes rumo ao venture capital não é novo, mas segue em expansão. Celebridades como Ashton Kutcher, Jay-Z, Serena Williams, LeBron James e Kevin Durant também vêm diversificando seus investimentos por meio de fundos próprios, apostando em setores como tecnologia e alimentação.

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