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De ruim para pior: EUA ruma para recorde de desemprego

A pandemia do coronavírus levou mais de 33 milhões de americanos para a fila do seguro-desemprego desde meados de março

EUA: desemprego deve aumentar em pelo menos 3 milhões no relatório que será divulgado nesta quinta (7) (Nick Oxford/Reuters)

EUA: desemprego deve aumentar em pelo menos 3 milhões no relatório que será divulgado nesta quinta (7) (Nick Oxford/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2020 às 06h23.

Última atualização em 7 de maio de 2020 às 06h55.

Desde meados de março, quando o número de pessoas infectadas com o novo coronavírus começou a crescer exponencialmente nos Estados Unidos e obrigou o fechamento de empresas, pouco mais de 30 milhões de trabalhadores entraram com pedido de seguro-desemprego no país. A previsão é que esse número aumente em pelo menos 3 milhões de pessoas no relatório que será divulgado nesta quinta-feira (7) pelo Departamento de Trabalho, referente aos pedidos de seguro-desemprego feitos na semana passada.

Amanhã, o Departamento de Trabalho deve divulgar outro dado que vai compor o quadro dramático do mercado de trabalho no país: a taxa de desemprego de abril. Segundo economistas ouvidos pelo diário Wall Street Journal, esse índice deverá se situar em torno de 16%, o pior número desde que o governo começou a compilar esse dado, em 1948. Até agora, em sete décadas, nunca essa taxa ficou acima de 10,8%. O colapso é ainda mais impressionante porque, não faz muito tempo, em fevereiro, o presidente Donald Trump se gabava de que seu governo havia derrubado a taxa de desemprego para 3,5%, a menor taxa em mais de 50 anos.

Se as estimativas se confirmarem, somente no mês de abril terão evaporado 22 milhões de empregos nos Estados Unidos – mais que o total de vagas criadas ao longo de uma década. Até então, o pior mês tinha sido setembro de 1945, quando o país eliminou quase 2 milhões de postos de trabalho por causa da desmobilização ocorrida ao término da Segunda Guerra Mundial.

Segundo especialistas, a taxa de desemprego a ser divulgada amanhã não vai capturar toda a dramaticidade atual, uma vez que o levantamento considera como desempregadas somente as pessoas ativamente em busca de recolocação no mercado de trabalho.

O súbito aumento do desemprego nos Estados Unidos contrasta com o cenário de muitos países europeus, que têm procurado evitar a demissão em massa graças a subsídios do governo. Na Alemanha, por exemplo, as empresas têm negociado com os empregados a redução da jornada de trabalho e dos salários – o governo paga a diferença para evitar a perda de renda.

Nos Estados Unidos, a situação é diferente, um cenário retratado em reportagem da edição de hoje da revista Exame. Como regra geral, as empresas podem demitir seus funcionários sem pagar qualquer indenização.

Após semanas de notícias ruins no emprego americano, o número de hoje pode ficar em segundo plano para os investidores. Uma boa notícia vinda da Ásia, uma alta de 3,5% nas exportações chinesas em abril, fez a bolsa de Tóquio fechar em alta, e as bolsas da Europa abrir em alta. As notícias americanas seguem ruins, mas, infelizmente, já não são novidade.

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