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De olho no BC, dólar tem leve queda de 0,06% ante o real

A intervenção do BC deixou os investidores se questionando sobre uma possível mudança do teto informal de 2,10 reais


	Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro: às 12h26, a moeda norte-americana cedia 0,06 por cento, para 2,0807 reais na venda
 (Reuters)

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro: às 12h26, a moeda norte-americana cedia 0,06 por cento, para 2,0807 reais na venda (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2012 às 11h45.

São Paulo - O dólar tinha ligeira queda ante o real nesta segunda-feira, ainda refletindo a intervenção do Banco Central na última sessão que, juntamente com declarações de autoridades do governo, deixou os investidores se questionando sobre uma possível mudança do teto informal de 2,10 reais.

Às 12h26, a moeda norte-americana cedia 0,06 por cento, para 2,0807 reais na venda. A divisa abriu na máxima da sessão, de 2,0862 reais, para mais tarde bater 2,0725 reais na mínima do dia. Segundo dados da BM&F, o volume negociado estava em torno de 1,3 bilhão de dólares.

"Esse movimento é reflexo da intervenção de sexta-feira. Acredito que o mercado ainda está assimilando essa atuação", afirmou operador do Banco Daycoval Luiz Fernando Gênova.

O BC entrou no mercado na sexta-feira por meio de leilão de swap cambial tradicional --equivalente a uma venda de dólares no mercado futuro-- quando o dólar aproximava-se de 2,12 reais, acima do teto informal de 2,10 reais que a divisa não atingia desde o final de junho.

Tal movimento foi impulsionado pela declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que a taxa de câmbio estava "numa condição razoável", mas "não completamente satisfatória", alimentando interpretações no mercado de que o governo quer o real mais desvalorizado.

A aparente dissonância entre a declaração de Mantega e a intervenção do BC deixou o mercado cauteloso e em dúvida sobre qual seria o teto de negociação do dólar. "Não há consenso (entre Fazenda e BC). Está estranho. Agora é esperar para ver o que vai acontecer", disse o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mario Battistel.


Na avaliação de Gênova, do Daycoval, a atuação do BC veio em linha com a declaração do presidente Alexandre Tombini na última quinta-feira de que a autoridade monetária estaria pronta para dar liquidez ao mercado se necessário.

"O Tombini já estava com um discurso mais ponderado (do que o Mantega) e a atuação foi coerente com isso. O BC não vai permitir distorções", afirmou o operador, destacando que, para ele, não há embate entre Fazenda e BC.

O mercado agora pondera se as autoridades brasileiras favorecerão o dólar mais valorizado para impulsionar a atividade industrial do país apesar de possíveis repasses à inflação, e tais incertezas somavam-se ao tom de cautela adotado pelos investidores nesta sessão.

"Ao longo do tempo a gente tem visto o real se desvalorizando, mas ainda é muito cedo para afirmar que eles (governo e BC) farão de tudo pra mudar esse teto", disse Gênova.

No exterior, as principais moedas também tinham pouca oscilação em relação ao dólar, com investidores aguardando uma decisão dos ministros das Finanças da zona do euro sobre a Grécia nesta segunda-feira.

O euro mostrava oscilação negativa de 0,10 por cento ante à moeda norte-americana, enquanto o dólar tinha leve alta de 0,08 por cento em relação a uma cesta de moedas. (Reportagem de Natália Cacioli; Edição de Patrícia Duarte)

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