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De olho em family offices, Arbor Capital lança versão 'light' de fundo agressivo

Principal fundo da casa acumula rentabilidade de 440% em dez anos, bem acima dos principais indicadores de mercado

Leonardo Otero, sócio da Arbor Capital: "É um fundo mais conservador. Nosso long only é para dar porrada, deixar o investidor rico. O Arbor Hedge é mais para quem já é rico e quer continuar rico" (André Valentim/Exame)

Leonardo Otero, sócio da Arbor Capital: "É um fundo mais conservador. Nosso long only é para dar porrada, deixar o investidor rico. O Arbor Hedge é mais para quem já é rico e quer continuar rico" (André Valentim/Exame)

Guilherme Guilherme
Guilherme Guilherme

Repórter de Invest

Publicado em 18 de abril de 2024 às 07h15.

Última atualização em 18 de abril de 2024 às 09h25.

Os dez anos da Arbor Capital têm sido a prova de que retorno é proporcional ao risco. O principal fundo da gestora fluminense investe em ações americanas e acumula uma rentabilidade expressiva de 440% desde sua criação, em 2015. A performance desbanca qualquer indicador de mercado. O CDI, no mesmo período, rendeu 120%, enquanto o S&P 500 e o Ibovespa, 140%. Mesmo com hedge em dólar para isolar a variação do câmbio da performance dos ativos da carteira, o fundo ainda supera o S&P 500 em reais, que bateu 291% na mesma janela. 

Agora, a gestora se prepara para colocar na rua seu primeiro long biased, que acabou de completar seis meses: o Arbor Hedge. Leonardo Otero, sócio da Arbor Capital, contou em entrevista à Exame Invest que o fundo atua como um multimercado sem deixar de ser de ações, o que garante a isenção do come-cotas. "Será um espelho do nosso fundo de ações, mas com posições reduzidas e mais proteção, o que deve trazer um menor risco", afirma.

O objetivo é manter uma volatilidade abaixo de 10% e de maneira nenhuma permitir perdas acima de 15%. O resultado tem aparecido já nos primeiros meses. O Arbor Hedge atingiu 13% de rentabilidade em seu primeiro semestre de existência, mantendo a volatilidade próxima de 7%. No ano, seu retorno está em 4,7% contra 8,61% do long only, o principal fundo da casa.

"É um fundo mais conservador. Nosso long only é para dar porrada, deixar o investidor rico. O Arbor Hedge é mais para quem já é rico e quer continuar rico", conta Otero. 

A estratégia visa atender principalmente clientes de family offices, escritórios especializados na perpetuação do patrimônio de famílias ricas. "Estamos com conversas avançadas com family offices de São Paulo e Rio de Janeiro. Devemos aumentar ainda mais nosso volume sob gestão nas próximas semanas."

A Arbor Capital está com pouco menos de R$ 400 milhões em investimentos, cerca de 15% a mais do que no início do ano. A captação, que ocorre mesmo em um ambiente de resgates de fundos de ações e multimercados, é explicada pela performance expressiva da casa no ano passado. Em 2023, o long only da Arbor rendeu 56%.

Estratégias

As principais posições do fundo são em ações da Microsoft e na taiwanesa TSMC. "São duas empresas que tendem a se beneficiar do crescimento da inteligência artificial. Temos Microsoft desde 2016 por ser uma empresa de baixo risco e que capta ao mesmo custo do governo americano. Na TSMC entramos recentemente. É a empresa que fornece chips para a Nvidia e deve crescer muito nos próximos 5 ou 10 anos."

A estratégia é a mesma empregada no Arbor Hedge. A diferença é justamente a adição do "hedge", que é a proteção contra perdas. Otero conta que no fundo isso é feito de diversas maneiras. Entre elas, por compra de opções de venda de índices (tais como Ibovespa e S&P 500) ou das próprias ações do portfólio. Isso, por exemplo, permite ao gestor estabelecer uma trava contra grandes quedas de preço. Por outro lado, a rentabilidade tende a ser menor em períodos de ganho por não estar totalmente comprado. O fundo também utiliza estratégias de long and short, em que se busca a variação de preços entre dois ativos.

Taxas e data de abertura ao público

Nos seis primeiros meses, o fundo esteve apenas com capital proprietário e será aberto ao público geral  até junho. A taxa de administração do fundo será de 1% e a de performance, de 10% sobre o que exceder o IMA-B5.

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