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Dados e dólar acima de R$ 2,30 levam juros às máximas

Avanço firme do dólar no Brasil, para acima de R$ 2,30, foi determinante para o movimento das taxas, sobretudo do vencimento em janeiro de 2015


	Enquanto isso, a redução do Imposto de Importação de uma série de produtos, anunciada nesta tarde pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi ignorada pelos agentes
 (Antonio Cruz/ABr)

Enquanto isso, a redução do Imposto de Importação de uma série de produtos, anunciada nesta tarde pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi ignorada pelos agentes (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2013 às 17h17.

São Paulo - Em meio a uma enxurrada de indicadores de atividade positivos aqui e no exterior, as taxas futuras de juros voltaram a subir nesta quinta-feira, 01, consolidando as apostas de um ponto porcentual de alta para a Selic.

Além dos dados, o avanço firme do dólar no Brasil, para acima de R$ 2,30, foi determinante para o movimento das taxas, sobretudo do vencimento em janeiro de 2015, uma vez que a valorização da moeda norte-americana teria impactos mais fortes sobre a inflação justamente no próximo ano.

Na reta final, alguns players puxaram ainda mais as taxas, que fecharam nas máximas, em linha com a aceleração do dólar também no fim da sessão. Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro janeiro de 2014 (252.740 contratos) marcava 8,91%, de 8,85% no ajuste anterior. O vencimento para janeiro de 2015 (496.560 contratos) indicava taxa de 9,84%, de 9,59% na véspera. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2017 (244.650 contratos) apontava 11,08%, ante 10,76%. O DI para janeiro de 2021 (13.385 contratos) estava em 11,35%, de 11,12% no ajuste anterior.

Os mercados abriram sob o efeito do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) oficial da China, que subiu para 50,3 em julho, ante 50,1 em junho e projeções de que ficaria em 49,8. Na Europa, o PMI do setor industrial da zona do euro subiu para 50,3 em julho, de 48,8 em junho. A leitura de julho atingiu o nível mais alto em dois anos. Nos Estados Unidos, o PMI industrial medido pela Markit avançou para 53,7 em julho, depois de atingir a mínima em oito meses de 51,9 em junho. O índice de atividade do setor de manufatura medido pelo ISM evoluiu para 55,4 em julho - o maior nível desde junho de 2011. Houve ainda notícias positivas sobre o mercado de trabalho, justamente na véspera do chamado payroll, relatório oficial.

Foi nesse ambiente que os Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) e o dólar tiveram alta. O juro da T-note de 10 anos avançava para 2,717% às 16h45 (horário de Brasília), de 2,581% na véspera. Enquanto isso, o dólar ante o real teve valorização de 1,10%, cotado a R$ 2,303.

No âmbito doméstico, a produção industrial de junho também contribuiu para a pressão sobre as taxas. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a produção da indústria avançou 1,9% em junho ante maio, após recuo de 1,8% no período anterior - dado revisado de -2,0%. Apesar da melhora, a expansão foi de 1,1% no segundo trimestre ante os três primeiros meses do ano e de 0,2% no acumulado dos últimos 12 meses.

Enquanto isso, a redução do Imposto de Importação de uma série de produtos, anunciada nesta tarde pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi ignorada pelos agentes.

Apesar de a medida querer evitar que a alta do dólar encareça insumos importados e pressione a inflação, o mercado acha que a situação está complicada demais e a redução do imposto é insuficiente para evitar a piora dos índices de preços no próximo ano. Ainda assim, Mantega garante que a inflação está "totalmente sob controle, como sempre esteve". "Vários itens da inflação estão caindo para patamares bastante baixos", afirmou Mantega.

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