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Da Redação
Publicado em 21 de julho de 2011 às 07h52.
São Paulo - Uma rodada de dados fracos sobre a atividade manufatureira global minava as principais praças financeiras globais nesta quinta-feira. A retração apurada por um indicador na China e a desaceleração acima do esperado na Alemanha não agradaram, enquanto investidores monitoram os desdobramentos de uma reunião em Bruxelas dos líderes da zona do euro a fim de resolver a crise de dívida da Grécia e tentar evitar um contágio ainda maior na região.
A preliminar do índice dos gerentes de compras (PMI) da China sobre a atividade manufatureira do país calculado pelo HSBC atingiu 48,9 em julho, menor nível em 28 meses e abaixo de 50 pela primeira vez desde julho de 2010. Já o índice Markit sobre o setor manufatureiro da Alemanha atingiu 52,1 em julho, o menor patamar desde outubro de 2009, segundo dados preliminares, abaixo do resultado de junho (54,6) e das expectativas no mercado (54).
Na Europa, Alemanha e França descartaram uma taxa bancária no acordo para um segundo resgate financeiro à Grécia discutido na noite de quarta-feira, após sete horas de negociações entre a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, em Berlim, disseram fontes de ambos os governos. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, participou de parte da reunião e uma fonte disse que o acordo teve a sua benção.
O ministro das Finanças da Holanda, Jan Kees de Jager, também disse que as duas potências concordam que um default seletivo da dívida grega é possível. Falando ao Parlamento, De Jager acrescentou que ainda há uma série de opções sobre como os bancos podem contribuir para a solução grega, incluindo troca de dívida existente abaixo do valor nominal por títulos mais longos. "A demanda para se evitar um default seletivo foi removida." Nos Estados Unidos, a Casa Branca sinalizou na quarta-feira que pode aceitar um aumento temporário "de poucos dias" no limite de endividamento do governo, se o Congresso selar um acordo mais amplo para a redução do déficit público, mesmo que exija mais tempo para aprová-lo. Isso contraria uma posição anterior do presidente norte-americano, Barack Obama, mas reflete uma realidade política cada vez mais clara: que está se esgotando o prazo para que o Congresso aprove um amplo pacote de redução do déficit antes de 2 de agosto.
Às 7h20, o índice MSCI para ações globais recuava 0,31 por cento e para emergentes, 0,31 por cento. O MSCI da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão registrava declínio de 0,17 por cento. Em Tóquio, o Nikkei encerrou o dia praticamente estável. O índice da bolsa de Xangai perdeu 1,01 por cento. Na Europa, o FTSEurofirst 300 cedia 0,68 por cento e o futuro do norte-americano S&P-500 caía 0,33 por cento --4,40 pontos.
Entre as moedas, o índice DXY, que mede o valor do dólar ante uma cesta com as principais divisas globais, avançava 0,32 por cento. O euro era cotado a 1,4161 dólar , em baixa de 0,46 por cento. Em relação à moeda japonesa, o dólar era negociado ao retor da estabilidade, a 78,89 ienes. Nesse contexto, o petróleo cedia 0,99 por cento, a 97,43 dólares o barril, nas operações eletrônicas em Nova York. Em Londres, o Brent caía 1,02 por cento, a 116,95 dólares. Ainda na City londrina, o cobre perdia 1,2 por cento.
No Brasil, o comunicado curto do Banco Central após a decisão de juros deve ser analisado. Na nota, o BC diz: "Avaliando o cenário prospectivo e o balanço de riscos para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, neste momento, elevar a taxa Selic para 12,50 por cento a.a., sem viés". A retirada da menção a um ajuste por "período suficientemente prolongado" pode ser interpretada como sinal de pausa nas altas, mas alguns analistas avaliam que o BC manteve a porta aberta.
Da cena corporativa, a Sadia, parte da fusão com a Perdigão que criou a Brasil Foods, vai vender integralmente sua participação na Excelsior Alimentos, que tem atuação no sul do país, informou a empresa em comunicado. A venda foi decidida como parte do acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que liberou a fusão da Sadia com a Perdigão na semana passada. Tamém ficou para hoje a repercussão ao resultado da Natura apresentado na véspera, após o fechamento do mercado local.