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CVM portuguesa vê ‘riscos’ em venda da PT

A conclusão consta em carta enviada ao presidente da mesa da assembleia geral da holding PT SGPS, António Menezes Cordeiro, pelo presidente da CMVM


	PT: há aspectos a serem esclarecidos antes dos acionistas da holding votarem sobre venda, disse CMVM
 (Patricia de Melo Moreira/AFP)

PT: há aspectos a serem esclarecidos antes dos acionistas da holding votarem sobre venda, disse CMVM (Patricia de Melo Moreira/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2015 às 20h02.

Rio - A dois dias da reunião para decidir sobre a venda da Portugal Telecom, o órgão regulador do mercado de capitais português, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), avaliou que ainda há aspectos a serem esclarecidos antes dos acionistas da holding PT SGPS votarem sobre a venda da operadora ao grupo francês Altice por 7,4 bilhões de euros.

A conclusão consta em carta enviada ao presidente da mesa da assembleia geral da holding PT SGPS, António Menezes Cordeiro, pelo presidente da CMVM, Carlos Tavares.

A reunião está marcada para quinta-feira, 22, após ter sido adiada no último dia 12 em meio a outro pedido de informações adicionais da CMVM.

A solicitação do órgão regulador pode acarretar em uma nova postergação.

A CMVM já solicitou que a holding PT SGPS disponibilizasse informações adicionais anteriormente, o que foi feito no último dia 15.

A PT SGPS tem 25,6% da Oi, que, por sua vez, é dona da operadora PT Portugal.

Um dos pontos levantados é sobre a auditoria realizada pela PwC a respeito das aplicações de tesouraria da PT SGPS em entidades do Grupo Espírito Santo (GES), após calote de 897 milhões de euros dado pela Rioforte.

A análise foi feita a pedido do Conselho de Administração da PT SGPS em agosto, mas a CMVM destaca que houve "limitações relevantes".

A CMVM diz que a PT SGPS, em especial seu conselho de administração, precisa analisar em que medida as conclusões do relatório da PwC poderá justificar uma eventual renegociação dos termos da permuta, fechada entre Oi e PT após o calote, bem como a entrada de ações judiciais.

A reguladora do mercado diz ainda que não foram entregues a ela cópias dos acordos de onde constam os termos da operação de venda da PT Portugal para a Altice.

Segundo a CMVM, o Conselho de Administração terá que explicitar em que medida a aprovação da proposta da assembleia permite "salvaguardar os interesses e as garantias dos credores da PT Portugal".

Reação

Em documento enviado nesta terça-feira, 20, à CMVM e ao presidente da mesa da assembleia geral da PT SGPS, António Menezes Cordeiro, o presidente da Oi, Bayard Gontijo, diz que Henrique Granadeiro, ex-presidente da holding PT SGPS, prestou "informações falsas" em carta entregue recentemente aos mesmos.

No documento, ao qual o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, teve acesso com fontes do setor, o executivo diz ainda que Granadeiro "não satisfeito" deu publicidade "de forma ostensiva" ao comunicado que promoveu, por meio de declarações a diversos órgãos de comunicação social.

A Oi informou ainda que tomará, em relação a Granadeiro, "procedimentos judiciais sancionatórios que se justificam atenta a ilicitude de sua conduta".

Na semana passada, o jornal "O Estado de S. Paulo" informou que, diante das declarações do executivo, a operadora brasileira está discutindo com seus advogados a possibilidade de processar Granadeiro.

Em outra carta enviada à CMVM, Menezes Cordeiro defendeu que a reversão da fusão entre Oi e PT é possível, "num ponto que deveria ser estudado em profundidade".

O presidente da mesa da assembleia já tinha defendido anteriormente o fim da união dos negócios entre as companhias.

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