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CVM apura possíveis golpes complexos em fundos

Rio de Janeiro - Com ativos que ao fim de 2009 estavam em R$ 492,1 bilhões e propriedade diluída por quase 2,9 milhões de participantes, os fundos de pensão sempre foram alvo da cobiça alheia. Mas, aparentemente, as operações suspeitas de irregularidades contra as fundações de previdência vêm se sofisticando nas últimas décadas. Os controles […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Rio de Janeiro - Com ativos que ao fim de 2009 estavam em R$ 492,1 bilhões e propriedade diluída por quase 2,9 milhões de participantes, os fundos de pensão sempre foram alvo da cobiça alheia. Mas, aparentemente, as operações suspeitas de irregularidades contra as fundações de previdência vêm se sofisticando nas últimas décadas.

Os controles dos fundos e a fiscalização externa aumentam e tornam mais difícil a prática de irregularidades. "A maioria dos fundos já possui políticas de investimento que proíbem operações com derivativos que não sejam para hedge (proteção)", diz um ex-diretor de fundo.

Diante das regras, as operações suspeitas ficam mais elaboradas, passando a ocorrer em diferentes mercados, tanto em renda variável como renda fixa, e sendo realizadas em sequência, para confundir. Muitas vezes, envolvem fundos de investimento ou participações exclusivas das fundações de previdência. As fraudes podem ocorrer até mesmo quando resultam em um aparente lucro para as fundações ou quando os beneficiários aparecem como os agentes responsáveis pelas operações, conforme as investigações em andamento. Isso acontece, por exemplo, em um caso envolvendo fundos de pensão que teve julgamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgado na semana passada.

No processo administrativo da autarquia, são investigadas oito operações estruturadas de fundos exclusivos de diversas fundações de previdência: Ceres (Embrapa e Emater), Postalis (Correios), Portus (Infraestrutura portuária) e Valia (Vale) administrados pela corretora Stock Máxima, transformada na Máxima DTVM. O Serpros (Serpro) também aparece, mas como contraparte que leva prejuízo. As operações envolvem o mercado de opções de 1999 e 2000.

A investigação conclui que há indícios de fraude, "práticas não-equitativas e criação de condições artificiais de demanda". A CVM entendeu que deve haver indenização por prejuízos a essas fundações de R$ 651 mil a serem atualizados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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