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CVM abre novas investigações contra JBS após delações

Os dois processos foram iniciados após informações sobre operações nos mercados de câmbio e de ações que teriam sido feitas por executivos da JBS

JBS: a CVM não informou de imediato sobre o teor das investigações (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)

JBS: a CVM não informou de imediato sobre o teor das investigações (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 19 de maio de 2017 às 13h40.

Última atualização em 19 de maio de 2017 às 16h26.

São Paulo - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu abrir nesta semana duas investigações administrativas contra a empresa de alimentos JBS, elevando para seis o número de processos sobre a empresa abertos neste ano.

Segundo informações do órgão fiscalizador dos mercados de capitais do país, os dois processos abertos nesta semana foram iniciados na quarta e na quinta-feiras, após informações publicadas pela imprensa sobre operações nos mercados de câmbio e de ações que teriam sido feitas por executivos da JBS.

Na véspera, a Reuters publicou que o grupo de controle da JBS vendeu 329 milhões de reais em ações da companhia em abril, operação que foi acompanhada pela compra de 200 milhões de reais em ações da empresa pela tesouraria da própria JBS no mês passado, segundo documentos enviados ao mercado.

Enquanto isso, o jornal Valor Econômico publicou que a CVM tomou conhecimento de que o grupo de empresas dos irmãos Joesley e Wesley Batista teria adquirido uma posição superior a 1 bilhão de dólares no mercado local de câmbio horas antes do vazamento da notícia sobre acordo de delação deles.

A JBS afirmou que "as movimentações realizadas pela companhia nos últimos dias seguem alinhadas à sua política de gestão de riscos e proteção financeira".

A empresa comentou ainda que "um exemplo do potencial impacto de oscilações na cotação do dólar é que, ao considerar a variação cambial na cotação do dólar de 3,16 para 3,40 reais, como a ocorrida entre 31 de março e 18 de maio, a companhia sofreria um prejuízo superior a 1 bilhão de reais".

A empresa não comentou as operações com as ações da JBS ou sobre os motivos da variação do dólar no período.

Porém, a forte oscilação da moeda em 18 de maio, de 8,15 por cento, ocorreu justamente como impacto da revelação da delação de Joesley Batista e que envolveu denúncias contra o presidente Michel Temer.

Procurada, a CVM não informou de imediato sobre o teor das investigações abertas nesta semana sobre a JBS. Mas o descritivo delas envolve "notícias, fatos relevantes e comunicados".

Além dos processos abertos nesta semana, a CVM já havia iniciado um processo sobre a JBS em 12 de maio .

Os outros inquéritos administrativos incluem um aberto em 27 de março, outro iniciado partir de reclamações de investidores em 21 de março e outro em 15 de fevereiro.

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