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Custo de financiamento da Itália salta e mina mercados globais

As bolsas de valores europeias, norte-americanas e brasileira registram forte queda com novas incertezas na Europa

Na Itália, os rendimentos dos títulos públicos do país terem saltado a níveis considerados insustentáveis (Giuseppe Cacace/Getty Images)

Na Itália, os rendimentos dos títulos públicos do país terem saltado a níveis considerados insustentáveis (Giuseppe Cacace/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2011 às 12h49.

São Paulo - O tom negativo dominava os mercados financeiros globais nesta quarta-feira, em meio a crescentes dúvidas sobre a capacidade da Itália de pagar sua enorme dívida após os rendimentos dos títulos públicos do país terem saltado a níveis considerados insustentáveis.

Os yields dos papéis de dois e dez anos dispararam acima de 7 por cento nesta quarta-feira, recorde desde a criação do euro, num sinal de que investidores relutam cada vez mais em financiar o governo italiano por temores de que a dívida do país saia do controle.

Tal movimento ocorria apenas um dia após o premiê italiano, Silvio Berlusconi, anunciar que deixará o governo após a aprovação de uma lei orçamentária, o que chegou a trazer algum alívio aos mercados.

Os agentes também miram a Grécia, que ainda corre riscos reais de declarar moratória. Autoridades têm tido dificuldades na criação de um novo governo, e um plano que vislumbra o ex-vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Lucas Papademos tem enfrentado dúvidas, segundo fontes de um partido grego, o que amplia o hiato político do país.

As bolsas de valores europeias, norte-americanas e brasileira registravam forte queda. A aversão a risco afetava ainda o mercado de moedas, com o euro despencando cerca de 2 por cento ante o dólar e o iene .

O agravamento da crise de dívida europeia levou investidores a acentuarem expectativas de que as economias maduras podem voltar à recessão nos próximos trimestres, segundo pesquisas da Reuters divulgadas nesta quarta-feira.

O clima arisco no exterior contaminava as operações cambiais no Brasil, onde a taxa de câmbio chegou a subir mais de 1 por cento. Números do Banco Central (BC) mostraram que o fluxo cambial ficou negativo em 134 milhões de dólares em outubro, tendência que se manteve nos primeiros dias de novembro. Os juros futuros tinham mais um dia de baixa, com o mercado intensificando apostas de que o Banco Central (BC) pode intensificar os cortes da Selic, inclusive já na decisão de política monetária no final deste mês.


Veja a variação dos principais mercados às 13h25 desta quarta-feira:

CÂMBIO -  O dólar era cotado a 1,7515 real, em alta de 0,67 por cento frente ao fechamento anterior.

BOVESPA - O Ibovespa caía 2,04 por cento, a 57.822 pontos.

ADRs BRASILEIROS - O índice dos principais ADRs brasileiros estava em queda de 2,95 por cento, a 30.719 pontos.

JUROS - O DI janeiro de 2012 apontava 11,02 por cento ao ano, ante 11,06 por cento no ajuste anterior.

EURO - A moeda comum europeia era cotada a 1,3575 dólar, ante 1,3833 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.

GLOBAL 40 - O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, mostrava queda para 132,250 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 2,035 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS - O risco Brasil subia 8 pontos, para 221 pontos-básicos. O EMBI+ avançava 357 pontos.

BOLSAS DOS EUA - O índice Dow Jones operava em baixa de 2,36 por cento, aos 11.882 pontos. O S&P 500 perdia 2,58 por cento, aos 1.242 pontos. O Nasdaq recuava 2,67 por cento; a 2.654 pontos.

PETRÓLEO - Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo caía 2,00 dólares, a 94,80 dólares por barril.

TREASURIES DE 10 ANOS - O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 1,959 por cento ante 2,079 por cento no fechamento anterior.

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