Bovespa: segundo o Credit Suisse, bancos devem continuar com bom desempenho na bolsa (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2014 às 17h46.
São Paulo - O setor de bancos está entre as razões para não se aborrecer por completo com a bolsa brasileira, segundo relatório do banco de investimentos Credit Suisse.
De acordo com o banco, as ações de empresas do segmento devem continuar com bom desempenho. Já com os demais setores, segundo o Credit, o melhor é tomar cuidado.
Assinado pelos analistas Andrew Campbell, André Hachem, Daniel Federle e Andrei Sabah, o relatório do Credit afirma que os grandes bancos de capital aberto no Brasil devem seguir apresentando um crescimento estável de suas receitas com a concessão de crédito, melhorando suas provisões contra inadimplência e “mostrando um controle de custos sem precedentes”.
O Bradesco, de acordo com o relatório, continua sendo a principal ação na preferência dos analistas do Credit. Eles acreditam que o banco tem mais condições de melhorar seus resultados trimestrais do que seus principais concorrentes.
“Além disso, o Bradesco está muito menos exposto do que antes às variações das taxas de juros e às oscilações do mercado”, diz a análise.
Além do Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e Itausa, holding que controla o Itaú, fazem parte da lista de preferências dos analistas do Credit, e suas ações são citadas como as com mais chances de bom desempenho nos próximos meses.
Além do setor de bancos, o setor de consumo discricionário, que inclui empresas de educação, de programas de fidelidade (como Multiplus e Smiles), está entre os preferidos do Credit.
Algumas construtoras, principalmente aquelas expostas a segmentos de baixa renda, beneficiados pelo programa do governo Minha Casa, Minha Vida, também entram na lista.
O relatório menciona as ações da MRV, da Tecnisa e da Direcional como as que apresentam a melhor tendência de desempenho.
Em baixa
O setor de bens de consumo ligados ao cotidiano, como alimentos e bebidas, foi rebaixado pelos analistas do Credit, passando de “compra” para “manutenção”.
As ações da Ambev estão entre as citadas e os analistas veem que a empresa pode ter dificuldades para manter a rentabilidade no médio prazo.
Outro segmento em baixa é o de matérias primas, com destaque para as ações da Vale. Segundo o relatório do Credit, a recomendação caiu de “manutenção” para “venda”.
De modo geral, os analistas veem que os setores de mineração e siderurgia terão momentos difíceis. A Vale, na opinião do Credit, pode enfrentar uma queda no volume de vendas de minério de ferro.
“Para exposição ao setor de siderurgia, nossos analistas preferem a Usiminas”, diz o relatório.
Os setores de energia elétrica e de transportes fecham a lista dos que tiveram sua recomendação rebaixada para “venda”. Antes, o Credit recomendava “manutenção” para os papéis de ambos os segmentos.
Cenário
Em junho, o Credit publicou um relatório anunciando que reduziria a exposição ao Brasil em sua carteira de ações recomendadas.
Os motivos citados pelo banco para a decisão foram a perspectiva de um fraco crescimento da economia brasileira, o nível elevado de inflação no país, os riscos ligados aos impactos da sucessão presidencial no mercado, dentre outros.