Redatora
Publicado em 11 de junho de 2025 às 07h05.
Última atualização em 11 de junho de 2025 às 07h05.
O rali das big techs nas últimas semanas tem impulsionado os principais índices de ações nos Estados Unidos, mas especialistas alertam: o movimento ainda não representa uma recuperação consistente do mercado como um todo. O fluxo de capital está concentrado em poucas empresas e o ambiente segue marcado pela aversão a risco.
O ETF Roundhill Magnificent Seven acumula alta de 32% desde 8 de abril, enquanto o MicroSectors FANG+, que reúne gigantes como Apple, Amazon, Meta, subiu quase 37% desde o início de abril, atingindo uma máxima histórica na última sexta-feira, 6.
No entanto, apenas 38% das ações da Nasdaq fecharam acima da média móvel de 200 dias na segunda-feira, 9, segundo dados da Dow Jones Market Data, um sinal de que o mercado mais amplo ainda não acompanha o embalo das gigantes do setor.
Para analistas como o veterano Mark Minervini, essa divergência técnica é um alerta. Em entrevista ao site MarketWatch, ele disse que é preciso que ao menos 50% (de preferência, 60%) das ações estejam acima dessa média para se confirmar uma tendência positiva mais sólida. Caso contrário, as líderes podem perder tração diante da fragilidade do mercado como um todo.
A concentração nas big techs também reflete a busca dos investidores por exposição à inteligência artificial em ativos com alta liquidez, ou seja, que permitem entradas e saídas rápidas diante das incertezas causadas pelas tensões comerciais entre EUA e China.
Por isso, especialistas sugerem cautela com ações mais especulativas e recomendam manter foco em nomes grandes e consolidados, como forma de proteção.
Para Jerry Sneed, da Third View Private Wealth, manter a posição em papéis das chamadas Sete Magníficas pode fazer sentido para quem já está exposto, desde que haja clareza sobre o perfil da empresa e o horizonte de investimento.
No caso da Tesla, por exemplo, mesmo com a recente queda provocada por disputas públicas entre Elon Musk e o presidente Donald Trump, investidores convictos sobre o potencial da empresa em veículos autônomos devem considerar a proximidade do lançamento do robotáxi como motivo para seguir posicionados.
Para reduzir o impacto da volatilidade, Sneed reforça que faz sentido alocar parte da carteira em ativos conservadores, como títulos de curto prazo ou certificados de depósito. Assim, o investidor garante liquidez para necessidades de curto prazo sem precisar se desfazer de ações em momentos desfavoráveis.