Papéis da BM&FBovespa caem forte nesta segunda-feira (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2011 às 12h05.
São Paulo – A segunda-feira abre uma semana de queda generalizada para os principais mercados do mundo. Por aqui, o Ibovespa chegava a desvalorizar 1,8% na mínima do dia, aos 55.721 pontos. Em 2011, a queda do principal índice da bolsa é de 19%.
Na contramão, o dólar subia forte frente ao real e superava o patamar de 1,80 real pela primeira vez em um mês, ampliando os ganhos da última sessão em linha com o nervosismo dos mercados internacionais.
Os investidores parecem preocupados com o aparente fracasso do "supercomitê" orçamentário do Congresso dos Estados Unidos, cujos membros devem anunciar que não conseguiram chegar a um acordo para reduzir a dívida pública, após três meses de negociações.O impasse ocorre alguns meses após a Standard & Poor's reduzir o rating dos EUA para "AA+", por conta de impasses políticos similares.
Na Europa, a crise de dívida adentrava as economias centrais do continente, com temores desencadeados por um alerta da Moody's sobre as perspectivas de crédito da França. Enquanto isso, na Espanha, a vitória dos conservadores sobre o governo socialista não conseguia animar os investidores.
BM&FBovespa
As ações da BM&FBovespa (BVMF3) ocupam a ponta negativa do Ibovespa. A desvalorização dos papéis chegava a 4,7% na mínima do dia.
O mercado repercute a notícia de que a americana Direct Edge Holdings disse que pretende abrir uma plataforma de negociação eletrônica de ativos de valores mobiliários no país, que deve iniciar suas operações no quarto trimestre de 2012, segundo comunicado enviado hoje pela companhia.
A Comissão de Valores Mobiliários ainda está avaliando o plano da Direct Edge de abrir uma nova bolsa com sede no Rio de Janeiro, segundo o comunicado.
A Direct Edge Holdings enfrentará “dificuldades” em seu plano de iniciar uma plataforma de negociação de ações no Brasil já que a BM&FBovespa SA não deve permitir que a empresa use seus serviços de compensação, disse o Itaú Unibanco.
O plano da Direct Edge não afeta a estimativa de R$ 11,50 para o preço da ação da BM&FBovespa em 12 meses porque a perspectiva de aumento da concorrência já está incluída na projeção, segundo relatório assinado pela analista Regina Longo Sanchez.
CSN e Usiminas
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) disse que aumentou sua participação no capital da Usiminas, passando a deter 20,14% das ações preferenciais classe A (USIM5) e 11,66% das ações ordinárias (USIM3) da companhia.
Desde janeiro, a CSN vem gradualmente elevando sua fatia no capital da rival mineira, em meio a crescentes especulações sobre propostas para aquisição de participações relevantes do capital da Usiminas.
As ações ordinárias da CSN registravam uma queda de 3,8% na mínima do dia, negociadas a 15,01 reais. Os papéis ordinários da Usiminas também operam no campo negativo e caiam 1,7%, assim como as ações preferenciais classe A, que chegavam a desvalorizar 2,2%.
Banco ABC Brasil
O Banco ABC Brasil (ABCB4) teve sua recomendação rebaixada de desempenho acima da média de mercado (outperform) para neutra pelo analista Rafael Ferraz, do Banco Safra de Investimento.
O preço alvo por ação em 12 meses é de 13,75 reais, um potencial de valorização de 18,3%, de acordo com relatório obtido pela Bloomberg.
As ações preferenciais do banco registravam queda de 0,9% na mínima deste pregão, negociadas a 11,29%. Em 2011, os papéis do ABC Brasil registram queda de 19%.