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Crise europeia faz Ibovespa cair ao menor nível em 7 meses

O Ibovespa fechou em queda de 1,53 por cento, a 53.797 pontos

Ainda que em horário reduzido, as bolsas em Nova York reabrem nesta sexta-feira, voltando a ser referência para os negócios da bolsa brasileira (Germano Lüders/EXAME)

Ainda que em horário reduzido, as bolsas em Nova York reabrem nesta sexta-feira, voltando a ser referência para os negócios da bolsa brasileira (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 30 de maio de 2012 às 18h23.

São Paulo - A apreensão com o futuro da zona do euro e com a saúde do sistema bancário na Espanha agravou o sentimento de aversão a risco nos mercados, levando a Bovespa a amargar mais um dia de perdas, com seu principal índice caindo ao menor patamar de fechamento em sete meses.

O Ibovespa fechou em queda de 1,53 por cento, a 53.797 pontos. Esse é o menor nível de fechamento desde 10 de outubro de 2011, quando o índice caiu a 53.273 pontos. O giro financeiro do pregão ficou em 6,43 bilhões de reais. "O cenário para bolsa segue bastante negativo e desafiador", disse o analista William Alves, na XP Investimentos. "Não temos nenhum motivo para imaginar que os investidores estejam dispostos a assumir novos riscos.

Os holofotes estão mudando de Grécia para Espanha, mas em todos os casos a tendência majoritária continua sendo de baixa." A crise na zona do euro mais uma vez azedou o humor dos investidores, com a Espanha se esforçando para resgatar seus bancos e as pesquisas de eleição na Grécia sugerindo disputa acirrada para a eleição de 17 de junho, que deve definir se o país permanecerá no bloco.

OGX caiu 8,36 por cento, a 10,41 reais, e foi a maior contribuição para a queda do Ibovespa, seguida pela ação preferencial da Petrobras, que recuou 2,65 por cento, a 18,35 reais. O tombo de mais de 3 por cento no preço dos futuros de petróleo nos Estados Unidos pesou sobre o desempenho das empresas do setor no Brasil, segundo operadores. A preferencial da Vale recuou 0,41 por cento, a 36,45 reais.


Em entrevista à Reuters nesta quarta-feira, o procurador República, André Casagrande Raupp, disse que o Ministério Público Federal investiga empreendimentos de cobre da mineradora no Pará, sobre eventuais prejuízos a indígenas. Além de OGX, mais duas empresas do bilionário Eike Batista figuraram entre as maiores baixas do dia: MMX caiu 7 por cento, a 6,77 reais, e LLX recuou 6,07 por cento, a 2,32 reais.

"Em um movimento de forte aversão ao risco nos mercados, seria bem razoável pensar que empresas com beta (risco) elevado tenham forte baixa", disse Alves. "Essas ações tendem a amplificar o movimento da bolsa, tanto para cima como baixo." Localiza foi o destaque de alta, com avanço de 2,92 por cento, a 30,65 reais.

Segundo o analista Rafael Weber, da Geração Futuro, após cair forte desde abril em função das fracas vendas de automóveis, o papel se beneficiaria com a perspectiva de que os estoques se normalizem nos próximos meses, após as medidas tomadas recentemente pelo governo.

"Além disso, a empresa é bem alavancada em debêntures, lastreadas pela Selic, e em um momento de queda da taxa básica de juros, isso também beneficiaria o papel", disse. A nova taxa será conhecida nesta quarta-feira, com o mercado projetando queda de 0,5 ponto percentual, para 8,5 por cento ao ano. Eletrobras subiu 2,46 por cento, a 17,90 reais.

A companhia reportou na noite da véspera um lucro líquido de 1,268 bilhão de reais no primeiro trimestre, queda de 1 por cento na comparação anual.

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