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Crise na Europa volta a derrubar bolsas do mundo todo

No Brasil, Bovespa cai mais de 3%; na mínima, Bolsa voltou ao patamar de 64 mil pontos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

São Paulo - O receio quanto ao pagamento das dívidas dos países europeus voltou a preocupar os mercados nesta terça-feira e a prejudicar o desempenho das bolsas no mundo todo. Logo pela manhã, as bolsas no exterior abriram em forte queda, após rumores de que as agências de risco Moody's e Fitch rebaixariam a classificação de risco da Espanha.

Ambas as agências negaram o boato, mas as bolsas continuaram caindo. Na Europa, Madri caiu 5,31%, Frankfurt, 2,60%, e Paris, 3,64% e Londres, 2,56%. Por volta das 16 horas, o Ibovespa – principal índice de ações do mercado brasileiro – recuava 3,23%, aos 64.953 pontos. Na mínima, às 13 horas, 64.698 pontos, em queda de 3,61%. O volume preliminar, até o horário, era de R$ 7,9 bilhões.

Nos EUA, o clima também é negativo. No horário, Dow Jones caia 2,19%, S&P 500 recuava 2,52% e Nasdaq desvalorizava-se 3,15%.

Outra notícia também a respeito da situação da Espanha, que azedou o clima dos negócios, foi que o país teria de recorrer a um socorro ao estilo grego, anunciado no fim de semana. O primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, porém, disse que o país tem capacidade de pagar sua dívida e que não precisa de ajuda da Europa. O Fundo Monetário Internacional (FMI) também correu para defender a Espanha, afirmando não haver verdade nos rumores de pedido de ajuda.


 

Cenário interno

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) sofre ainda pressões da ação mais líquida do mercado, que durante o dia sofre fortes quedas. Após o UBS anunciar que rebaixou a recomendação para as ações da Petrobrás de "comprar" para "neutra", os papéis da companhia passaram a cair mais de 4%. No horário, Petrobrás PN recuava 3,81% e Petrobrás ON, 2,97%.

Analistas do banco atribuíram a mudança do rating ao gasto maior da companhia com baixos retornos, já que a petroleira "desenvolve a cadeia de fornecimento local e investe em áreas secundárias". A notícia veio um dia depois do JP Morgan ter rebaixado sua recomendação para os papéis da Petrobrás de "overweight" para "neutral" e reduziu o preço-alvo para o American Depositary Receipt (ADR) da empresa, de US$ 57,00 para US$ 48,00.

O mercado também fica com dúvidas sobre a Petrobrás após a empresa ter divulgado comunicado esclarecendo que não foram concluídos os processos que levarão à definição dos valores da capitalização, da cessão onerosa ou do plano de negócios da empresa. Segundo a estatal, os números dados pela companhia em entrevistas à imprensa na sexta-feira tiveram o objetivo de "facilitar o entendimento do público e constituem meras hipóteses usualmente formuladas pelos executivos, que neste caso foram utilizadas apenas para exemplificar as orientações do conselho de administração divulgadas em 30 de abril".

As ações da Vale também operam em forte queda nesta terça. Vale PNA cedia 4,85% e Vale ON caía 4,06%. Os investidores se deparam com um dado mostrando arrefecimento da atividade industrial chinesa. Com isso, aumenta o temor de redução da demanda por commodities, o que derruba as cotações dos metais e do petróleo. Pesa também sobre os metais o medo de que a crise da Grécia se espalhe para outros países e o receio de rebaixamento do rating da Espanha.

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