Wall Street: índices futuros americanos e bolsas em todo mundo começaram a sexta-feira de mau humor (Getty/Getty Images)
Repórter Exame IN
Publicado em 10 de março de 2023 às 09h24.
Última atualização em 10 de março de 2023 às 15h10.
A sensação de temor dos mercados globais ganhou mais uma dose de tensão, agora vinda do setor bancário. Ontem, o assombro veio com a derrocada do SVB, que é conhecido como o banco do Vale do Sílicio, onde ficam as gigantes techs norte-americanas. As ações do SVB caíram 60% na Nasdaq na quinta-feira, 9. No pré-mercado, as ações caíam 65%.
O banco anunciou uma venda de ações no valor de US$ 1,75 bilhão na noite de quarta-feira, numa busca por soluções para sua queima desenfreada de caixa por causa do declínio das startups, que têm lutado com a seca dos financiamentos de risco. O caso veio na esteira do banco cripto Silvergate, que anunciou sua própria dissolução.
Na quinta-feira, 9, o índice bancário S&P 500 (SPXBK) caiu quase 6%, a maior queda em um dia em mais de dois anos. Juntos os quatro maiores bancos norte-americanos perderam US$ 52 bilhões em valor de mercado só nesse pregão.
Isso fez com que o mercado global acordasse nessa sexta-feira com ainda mais mau-humor, já que o clima não é dos melhores desde que o Federal Reserve e outros bancos centrais globais sinalizaram que uma dose mais amarga será precisa na política monetária.
Na Ásia, as ações encerraram a semana com quedas expressivas. A bolsa de Hong Kong (Hang Seng) fechou com queda de 3,04% hoje, a Nikkei, bolsa japonesa, caiu 1,67%.
Na Europa, onde os mercados estão abertos, a situação não é diferente, com o setor bancário sendo o mais penalizado. O HSBC, por exemplo, recuava mais de 5% em Londres e o Commerzbank chegou a cair 7% em Frankfurt antes de reduzir as perdas para algo em torno de 4%.
Agora a expectativa é sobre qual tamanho deve ser a provisão de perdas do setor bancário em todo o mundo. Enquanto isso, os agentes de mercado colocam as barbas de molho e os índices vão operando em queda.