An illuminated sign directs to automated teller machines (ATM) outside outside a Credit Suisse Group AG office building in Muri, Bern, Switzerland, on Monday, Feb. 15, 2021. Credit Suisse is expecting to post a fourth-quarter loss when it reports earnings on Feb. 18, after setting aside $850 million for U.S. legal cases including MBIA and booking a $450 million impairment on a hedge fund investment. Photographer: Stefan Wermuth/Bloomberg (Stefan Wermuth/Bloomberg)
Agência de notícias
Publicado em 16 de março de 2023 às 07h02.
A ação do Credit Suisse operava em forte alta na abertura nesta quinta-feira, 16, depois de receber o apoio do Banco Central da Suíça para tranquilizar os mercados, horas depois de registrar a pior sessão de sua história.
Nas primeiras operações, o título do banco registrava alta de 30,82% na Bolsa de Zurique, a 2,22 francos suíços, depois de registrar o mínimo histórico de 1,55 franco na quarta-feira, quando a ação do Credit Suisse desabou 24,24%.
O Credit Suisse anunciou durante a madrugada de quinta-feira que solicitará um empréstimo de até 50 bilhões de francos suíços (53,7 bilhões dólares) do Banco Central.
O banco também anunciou uma série de operações de recompra de títulos da dívida por quase 3 bilhões de francos suíços.
"Estas medidas são um movimento decisivo para fortalecer o Credit Suisse, à medida que continuamos nossa transformação estratégica para agregar valor aos nossos clientes e outras partes interessadas", afirmou o CEO do banco, Ulrich Koerner, em um comunicado.
Após um silêncio muito questionado no início da semana, o Banco Central suíço e a Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro do país anunciaram uma ajuda ao CS na quarta-feira.
"O Credit Suisse atende às exigências em matéria de capital e liquidez impostas aos bancos de importância sistêmica", afirmaram o Banco Nacional Suíço (BNS, banco central), e a Autoridade Supervisora do Mercado Financeiro (Finma), em comunicado conjunto.
"Em caso de necessidade, o BNS colocará liquidez à disposição do Credit Suisse", acrescentaram as instituições.
O colapso do Credit Suisse aconteceu poucos dias após a falência do banco californiano Silicon Valley Bank (SVB) após uma onda de saques em larga escala de clientes, o que deixou o estabelecimento em dificuldades para manter o fluxo por conta própria.
Mas ao contrário do SVB, o estabelecimento suíço integra o grupo de 30 bancos internacionais considerados muito importantes para quebrar, o que também impõe regras mais rígidas para resistir aos abalos do mercado.
A preocupação supera as fronteiras da Suíça. O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos afirmou que estava “monitorando a situação e em contato com as autoridades internacionais".
Os anúncios procedentes da Suíça tiveram efeito nas principais Bolsas europeias, que abriram em alta nesta quinta-feira, depois dos resultados negativos, de 3% a 4%, da quarta-feira.
Nas primeiras negociações, Paris operava em alta de 1,49%, Frankfurt avançava 1,52%, Londres 1,40%, Madri 1,98% e Milão 1,48%.
Na Ásia, a inquietação com as consequências da falência do SVB ainda é forte. A Bolsa de Tóquio encerrou a sessão de quinta-feira em queda de 0,8%, Hong Kong perdeu 1,72% e Xangai 1,12%.
O colapso da ação do Credit Suisse ficou mais profundo na quarta-feira após a recusa de seu principal acionista, o Banco Nacional Saudita, a ampliar sua participação no capital.
Questionado pela Bloomberg TV se o banco saudita poderia investir mais dinheiro, seu presidente, Amar Al Judairy, disse: "A resposta é absolutamente não, por várias razões cada vez mais simples, que são regulatórias e estatutárias".
Os sauditas possuem, hoje, 9,8% do banco suíço. "Se passarmos de 10%, uma série de novas regras entra em vigor", alegou.
Os sauditas se tornaram os maiores acionistas da CS durante um aumento de capital efetuado em novembro para financiar uma grande reestruturação da entidade.
O banco está em dificuldades há dois anos, após a falência da empresa financeira britânica Greensill, que marcou o início de uma série de escândalos que enfraqueceram o CS.
Alguns acionistas acabaram jogando a toalha, como o fundo de investimentos americano Harris Associates, um de seus apoios mais importantes e que revelou, na semana passada, ter vendido toda sua participação no Credit Suisse.