Agência do Credit Suisse (C1SU34) em Berlim (Johannes Eisele/AFP)
O Credit Suisse (C1SU34) informou nesta quarta-feira, 23, que está projetando um prejuízo de US$ 1,6 bilhão no quarto trimestre do ano, principalmente por causa do começo de "corrida aos depósitos" por parte de clientes mais ricos.
Desde o início de outubro, os clientes mais ricos já retiraram cerca de 10% dos ativos, por um total de cerca de US$ 67 bilhões. O segundo maior banco da Suíça informou que a escala dessa saída de clientes, provocada por uma série de boatos nas mídias sociais sobre sua solidez financeira, o obrigou a usar amortecedores de liquidez, e por isso "ficou abaixo de alguns requisitos regulatórios no nível da entidade legal”.
Os Credit Default Swap (CDS) do Credit Suisse estão registrando fortes altas desde o começo de outubro.
Em um comunicado, o Credit Suisse informou que "começou a registrar saídas de depósitos e ativos líquidos nas duas primeiras semanas de outubro de 2022 em níveis que excederam substancialmente as taxas incorridas no terceiro trimestre de 2022”.
Por causa disso, a divisão de gestão de patrimônio do banco suíço provavelmente registrará prejuízo, e o resultado também será afetado por uma perda significativa da divisão de banco de investimento.
O grupo também prevê um passivo de quase US$ 80 bilhões relacionado à venda de sua participação na plataforma britânica de tecnologia de riqueza Allfunds group.
Em uma assembleia realizada na manhã desta quarta-feira, mais de 90% dos acionistas do Credit Suisse votaram a favor de um aumento de capital de mais de US$ 4 bilhões, que serão aportados por investidores, incluindo o banco da Arábia Saudita Saudi National Bank, para financiar uma reestruturação profunda da instituição financeira.
“Esta votação marca um passo importante na construção de nosso novo Credit Suisse”, declarou o presidente Axel Lehmann.
No mês passado, o banco anunciou seu plano de reestruturação, incluindo dividir e separar seu banco de investimentos, cortar milhares de empregos, cerca de 5% de sua força total de trabalho. O Credit Suisse confirmou que começou a trabalhar para reduzir de 15%, ou quase US$ três bilhões, sua base de custos até 2025.
As ações do Credit Suisse estão operando em forte queda nesta quarta-feira na Bolsa de Valores de Zurich, na Suíça, perdendo mais de 4,20% as 15h locais.