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CPI dos EUA, serviços e expectativa com cessar-fogo entre Israel e Hamas: o que move o mercado

Balanços dos grandes bancos americanos também movimentam os mercados nesta quarta-feira, 15

Wall Street: bancos divulgam balanços (Shannon Stapleton/Reuters)

Wall Street: bancos divulgam balanços (Shannon Stapleton/Reuters)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 09h30.

Os mercados globais iniciam o dia com atenção voltada ao índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos referente a dezembro, que será divulgado às 10h30. A expectativa é de que a inflação mensal registre alta de 0,3%, enquanto a taxa anual deve acelerar de 2,7% para 2,9%. O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, tem previsão de alta de 0,2% no mês, mantendo o ritmo anualizado de 3,3%.

Apesar de o Federal Reserve dar mais peso ao PCE (Personal Consumption Expenditures) para monitorar pressões inflacionárias, o CPI segue como um dos indicadores mais acompanhados pelos investidores. Um resultado acima do esperado pode reforçar especulações sobre novos ajustes na política monetária, enquanto números mais moderados podem alimentar a expectativa de cortes na taxa de juros ainda neste ano.

Em paralelo, quatro dos maiores bancos dos Estados Unidos — JPMorgan, Goldman Sachs, Citi e Wells Fargo — divulgam seus balanços financeiros hoje, abrindo a temporada de resultados corporativos no país. A análise do desempenho dessas instituições é crucial para entender o comportamento do crédito e as perspectivas para a economia norte-americana em 2025.

No Brasil, o mercado observa com atenção os primeiros sinais de desaceleração econômica. Após dois meses consecutivos de expansão no volume de serviços — alta de 1,1% em outubro e 1,0% em setembro —, as estimativas indicam uma possível queda de 0,5% em novembro, com previsões variando entre -1,6% e +0,9%.

Ontem, a indústria mostrou recuo na produção de 0,6% em novembro, na comparação com outubro, foi concentrado em nove dos 15 locais consultados pela Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM Regional), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A taxa de juros alta reduz o ritmo da demanda, mas também ajuda a conter pressões inflacionárias no país.

No campo fiscal, o Tesouro Nacional finalmente divulgará às 14h30 as contas do Governo Central de novembro, após um atraso significativo. A expectativa do mercado é de um déficit primário de R$ 6,5 bilhões, contrastando com o superávit de R$ 40,8 bilhões registrado em outubro. Projeções mais pessimistas indicam um déficit de até R$ 30,4 bilhões.

No campo fiscal, o Tesouro Nacional finalmente divulgará às 14h30 as contas do Governo Central de novembro, após um atraso significativo. A expectativa do mercado é de um déficit primário de R$ 6,5 bilhões, contrastando com o superávit de R$ 40,8 bilhões registrado em outubro. Projeções mais pessimistas indicam um déficit de até R$ 30,4 bilhões.

O Ibovespa fechou a última sessão em leve alta de 0,25%, aos 119.298 pontos, impulsionado pelo desempenho de empresas como Vale e Petrobras. No mercado cambial, o dólar encerrou o dia em queda de 0,85%, cotado a R$ 6,04, refletindo o alívio global com a expectativa de moderação nas tarifas comerciais norte-americanas.

As curvas de juros futuros também responderam positivamente, com destaque para o DI janeiro/2026, que caiu de 14,95% para 14,86%, indicando menor percepção de risco. No entanto, analistas apontam que a consolidação de taxas abaixo de 15% dependerá de avanços na agenda fiscal e de um ambiente internacional favorável.

Cessar-Fogo em Gaza e Petróleo

O mercado também está de olho no Oriente Médio,  conforme surgem expectativas de um cessar-fogo entre Israel e Hamas em Gaza, o que tem contribuído para aliviar a pressão nos preços do petróleo. Relatórios da AIE (Agência Internacional de Energia) e da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) também são aguardados com interesse, enquanto o Departamento de Energia dos EUA divulga às 11h30 os dados semanais de estoques de petróleo, com previsão de queda de 1,1 milhão de barris.

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