Cosan: a Cosan não terá que fazer desembolso nenhum até o final de 2024, quando os primeiros 15% dos derivativos vão vencer (Cosan/Divulgação)
Em meio aos ruídos gerados pelo anúncio sobre a posição minoritária na Vale, a Cosan divulgou na manhã desta segunda-feira, 10, nova apresentação para explicar o investimento na mineradora. Na sexta-feira, os papéis fecharam em queda de quase 9% e a empresa se apressou em falar com o mercado devido a “possível vazamento” da operação.
Na apresentação adicional publicada nesta segunda-feira, 10, a empresa “desenha” a operação financeira que está fazendo, cujo valor total gira em torno de R$ 22 bilhões. Explica: Tem titularidade e direito a voto em participação de 4,9% e a exposição econômica totaliza 6,5%.
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Desses 4,9%, 1,5% foram em compra direta e 3,4% em compra direta com “collar”, mecanismo feito junto aos bancos e que protege a exposição econômica, dado que há um “downside” limitado. O restante do investimento, 1,6%, foi feito via derivativos, o que não dá propriedade das ações e, por isso, não tem direito a voto, mas isso pode ser convertido em caso de aprovação do Cade.
Os recursos para a posição à vista, de 1,5%, vieram de um financiamento com Itaú e Bradesco que será pago por um pedaço do dividendo que recebe de Compass e Raízen. Não há um prazo pré-determinado para esse pagamento. Os demais 5% fazem parte de uma estrutura com derivativos, que permite a empresa comprar mais ações ou desmontar a posição com rapidez. A Cosan não terá que fazer desembolso nenhum até o final de 2024, quando os primeiros 15% dos derivativos vão vencer e daí a empresa se os converte ou não em ações.
Conforme explicado pela direção da companhia na teleconferência da noite de sexta-feira, 7, a estrutura de financiamento collar busca proteger a Cosan de eventual desvalorização das ações da Vale, observa a nova apresentação. Segundo a empresa, há sempre a opção de se desfazer da posição na Vale, que tem alta liquidez, o que também permite rolar o financiamento collar, feito com os bancos JP Morgan e Citi.