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Cortes na Selic só a partir de março do ano que vem, prevê Morgan Stanley

Banco prevê aumento dos riscos fiscais até o final do ano e aconselha evitar ações muito sensíveis à taxa de juros

Morgan Stanley: ganhos de produtividade da IA podem impulsionar mercado em 29% (Mike Blake/Reuters/Reuters)

Morgan Stanley: ganhos de produtividade da IA podem impulsionar mercado em 29% (Mike Blake/Reuters/Reuters)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 21 de outubro de 2025 às 15h08.

Última atualização em 21 de outubro de 2025 às 15h18.

A inflação permanece desancorada e a atividade econômica continua aquecida. O Morgan Stanley diz que esses são os motivos para apostar que o ciclo de corte de juros no Brasil tenha início somente em março de 2026. A equipe do banco prevê uma redução de 350 pontos-base (ou 3,5 pontos percentuais) ao longo do ano que vem, levando a Selic dos atuais 15% para 11,5%.

Ainda que a inflação geral esteja se mostrando mais moderada, a inflação de serviços continua elevada, por conta de um mercado de trabalho forte. "E provavelmente vai se manter acima da meta até 2026", prevê o banco, em relatório.

"Os riscos fiscais devem aumentar até o final do ano, o que reforça a nossa visão de que o início do alívio monetário vai começar mais tarde".

O Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre deste ano, contas externas e tendências do mercado de trabalho são alguns indicadores cruciais para se acompanhar nos próximos meses.

Um crescimento ruim

O Morgan Stanley observa que uma aceleração do crescimento econômico é, paradoxalmente, uma má notícia para o mercado acionário, justamente por colocar em risco o início do ciclo de corte de juros. 

"Estamos a seis meses do primeiro corte de juros e a 12 meses das eleições no Brasil, dois eventos cruciais para os mercados em 2026", notam os analistas do banco.

Eles veem o investidor brasileiro navegando entre o rebalanceamento de uma economia aquecida pelo consumo, uma desaceleração dessa economia (que não pode ser tão brusca, tampouco muito fraca), riscos políticos e política monetária.

"Sugerimos bastante seletividade na hora de investir com juros mais baixos", alerta o banco. "As ações mais sensíveis aos juros já acumulam valorização da ordem de 35% no ano até agora."

A preferência do banco, no momento, é por empresas que conseguem equilibrar a sensibilidade aos juros com um balanço de operações positivo. "Preferimos evitar as caudas de ações mais ou menos expostas a mudanças nas taxas."

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