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Corrida por dividendos pode tirar US$ 35 bi da Bolsa, alerta Itaú BBA

Movimento tende a pressionar o câmbio em momento de maior sensibilidade para fluxos financeiros

Close do rosto de Franklin em uma nota de cem dólares. Fundo de dinheiro americano.
 (bushko/Freepik)

Close do rosto de Franklin em uma nota de cem dólares. Fundo de dinheiro americano. (bushko/Freepik)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 25 de novembro de 2025 às 18h10.

O Itaú BBA estima que a antecipação de dividendos para evitar a tributação prevista para 2026 pode gerar uma saída entre US$ 25 bilhões e US$ 35 bilhões no fim deste ano. O valor corresponde de 3% a 4% do patrimônio de estrangeiros em ações negociadas na B3. O movimento, segundo o banco, já afeta o comportamento dos investidores e tende a pressionar o câmbio em um momento de maior sensibilidade para os fluxos financeiros.

O BBA avalia que o real foi influenciado ao longo do ano principalmente pela fraqueza do dólar. O diferencial de juros funcionou apenas como suporte marginal e não determinou a trajetória da moeda. Sem um ambiente global favorável, fatores domésticos continuam a limitar cenários mais positivos para a moeda brasileira.

No médio prazo, o Itaú BBA projeta que o prêmio de risco, que é o retorno adicional exigido pelos investidores para financiar o país, tende a aumentar em ano eleitoral. Paralelamente, o diferencial de juros deve se estreitar com a convergência das políticas monetárias internacionais. A combinação reduz a atratividade do carry trade, que é a estratégia de investir em moedas com juros mais elevados, e limita movimentos sustentados de valorização da moeda brasileira.

O banco também projeta um aumento do déficit em conta corrente, indicador que mede a diferença entre os pagamentos e recebimentos do Brasil nas transações externas. Mesmo com o redirecionamento das exportações após novas tarifas, esse ajuste não seria suficiente para compensar a deterioração estrutural das contas externas. Além disso, a cobertura apenas parcial desse déficit por FDI, o Investimento Estrangeiro Direto, tende a manter pressão adicional sobre o real no médio prazo.

Para Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú, a dinâmica recente do câmbio pode levar a alguma forma de reação do Banco Central, caso o movimento se intensifique ou gere volatilidade excessiva no mercado.

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