O corretor afirmou que os preços das ações adquiridas sofreram fortes quedas e que ele sentia muito pelo ocorrido (Chung Sung-Jun/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2011 às 15h18.
São Paulo – Um homem de 48 anos, denominado apenas como “Seo” e que era corretor na Bolsa de Valores de Seul (Coreia do Sul), cometeu suicídio nesta quarta-feira (10) por conta do pânico e das perdas registradas diante da turbulência nos mercados financeiros globais.
O operador saltou do alto de um edifício localizado na cidade de Daegu, quarta maior cidade da Coreia do Sul, informou o chefe de polícia Lee Kang-ho, citado pela rede americana de televisão NBC.
Antes de morrer, o corretor enviou por celular uma mensagem de texto para alguns colegas, expressando pesar sobre as perdas registradas durante as fortes quedas dos índices mundiais nos últimos dias, disse o policial.
Segundo ele, o texto incluía um pedido de desculpas destinado aos clientes. O corretor afirmou que os preços das ações adquiridas sofreram fortes quedas e que ele sentia muito pelo ocorrido.
Nenhuma outra carta de suicídio foi encontrada, disse o porta-voz da polícia de Daegu à agência de notícias AFP. Imagens obtidas pela rede de televisão chinesa CCTV mostraram o corretor subindo de elevador para o 18º andar do edifício antes de se suicidar.
Pânico nas bolsas
A Bolsa da Coreia do Sul tem registrado forte volatilidade diante dos temores de desaquecimento da economia global e preocupações sobre as dívidas públicas dos Estados Unidos e de diversos países da Europa.
Por conta disso, a Comissão de Serviços Financeiros da Coreia do Sul (FSC, na sigla em inglês) proibiu ontem (9) a venda de valores a descoberto e ampliou o limite para recompra de ações por parte das companhias listadas na Bolsa de Seul. As medidas foram tomadas para conter a volatilidade no mercado local e entraram em vigor nesta quarta-feira.
Segundo o órgão regulador, as vendas a descoberto, denominadas em inglês como “short-selling”, estão afetando a estabilidade no mercado financeiro sul-coreano, principalmente após a agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixar o rating dos Estados Unidos de AAA para AA+ na última sexta-feira (5).