Mercados

Correção externa e queda do dólar fazem DIs cederem

A euforia com o acordo europeu arrefeceu e a preocupação com a inflação interna aumentou

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2011 às 18h46.

São Paulo - A correção dos ativos após a euforia de ontem, quando os investidores repercutiam o anúncio do plano europeu para minimizar a crise da dívida e bancária na região, e a continuidade da queda do dólar em relação ao real (-1,41%, a R$ 1,68 no balcão) favorecem, momentaneamente, o quadro inflacionário doméstico, provocando a devolução de prêmios ao longo de toda a curva a termo de juros futuros. Além disso, em um dia de agenda esvaziada, mas com o IGP-M mostrando desaceleração, o mercado de juros voltou a se concentrar na calibragem das apostas para o tamanho do ciclo de afrouxamento monetário.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2013 (351.370 contratos) estava em 10,34%, na mínima, de 10,39% no ajuste, e o DI janeiro de 2014, com giro de 77.985 contratos, indicava mínima de 10,64%, ante 10,70% na véspera. Os longos também estavam nas mínimas, com a taxa projetada pelo DI janeiro de 2017 (29.450 contratos) em 11,21%, de 11,29% ontem, enquanto o DI janeiro de 2021 (3.780 contratos) cedia a 11,26%, de 11,33% no ajuste.

Internamente, o IGP-M mostrou-se mais amigável, ao subir 0,53% em outubro, abaixo do 0,65% de setembro. E o dado veio acompanhado por um arrefecimento do IPC, que apresentou alta de 0,26%, ante avanço de 0,59%, na mesma base de comparação. No IPA, os preços dos produtos agrícolas atacadistas tiveram alta de apenas 0,04%, apontando um arrefecimento significativo do 1,57% observado em setembro. Por outro lado, a inflação dos produtos industriais ganhou fôlego no atacado (+0,91%), após alta de 0,45% no mês passado.


No exterior, os três indicadores conhecidos hoje nos Estados Unidos acabaram se anulando, visto que um ficou abaixo do esperado, outro veio em linha e o último apresentou melhora. A renda pessoal dos norte-americanos subiu 0,1% em setembro, após queda mensal de 0,1% em agosto, e ante previsão de +0,3%. Os gastos subiram 0,6%, dentro do esperado. Já o índice de sentimento do consumidor Reuters/Universidade de Michigan de outubro subiu para 60,9, de 59,4 em setembro e de 58,5 projetado por analistas.

Na Europa, após o anúncio do plano para reduzir a dívida grega, recapitalizar os bancos da região e aumentar o poder de fogo da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF), a discussão agora se dá em torno da origem do dinheiro para implementar tais medidas. Os europeus tentam convencer os chineses a contribuir com o plano comprando títulos da EFSF, enquanto os brasileiros já acenaram com possibilidade de ajuda via FMI. Em qualquer um dos modelos, parece que parte da conta ficará a cargo dos emergentes. Esses assuntos devem ser discutidos na próxima semana, no encontro de líderes do G-20 em Cannes, na França.

Acompanhe tudo sobre:AçõesB3bolsas-de-valoresEmpresasEmpresas abertasJurosservicos-financeiros

Mais de Mercados

Dólar sobe após ataques dos EUA ao Irã, mas analistas veem efeito temporário

Possível mudança de regime no Irã pode causar maior choque no petróleo desde 1979

Bolsas da Ásia fecham em queda com tensão no Oriente Médio; petróleo dispara

Conflito entre Irã e EUA pressiona mercados, mas impacto deve ser passageiro, diz Morgan Stanley