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Coronavírus faz milésima vítima, mas ritmo de contágio cai

Com investidores em busca de boas notícias, o freio no ritmo de propagação foi suficiente para um avanço de 1,4% na bolsa de Hong Kong nesta terça-feira

Xangai: segundo a Reuters, presidente chinês, Xi Jinping, alertou autoridades do país que o esforço contra o coronavírus foi longe demais  (Aly Song/File Photo/Reuters)

Xangai: segundo a Reuters, presidente chinês, Xi Jinping, alertou autoridades do país que o esforço contra o coronavírus foi longe demais (Aly Song/File Photo/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2020 às 06h35.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2020 às 07h08.

São Paulo — Numa progressão matemática, a epidemia de coronavírus fez a milésima vítima fatal nesta terça-feira, com o número de infectados chegando a 43 mil, 2,5 mil a mais que no dia anterior. A boa notícia é que houve redução na velocidade de propagação, ante os 3 mil novos infectados no dia anterior. Além disso, o risco parece mais controlado fora da China, com apenas 319 casos e duas mortes confirmadas, em Hong Kong e nas Filipinas.

Com investidores em busca de boas notícias, o freio no ritmo de propagação foi suficiente para um avanço de 1,4% na bolsa de Hong Kong nesta terça-feira, após três dias de queda. O índice asiático MSCI subiu 0,9%, e o índice europeu FTSE abriu em alta de 0,5%.

Analistas já começam a projetar a velocidade de uma recuperação em V, após as quatro semanas de queda nas bolsas globais. O banco Goldman Sachs afirmou, hoje, que o apetite ao risco pode estar de volta. Ontem, vale lembrar, o Ibovespa recuou 1,05%, para 112.570 pontos.

Os impactos sobre a economia, dentro e fora da China, seguem uma incógnita. A agência de risco Moody’s publicou em relatório nesta terça-feira que os efeitos sobre a economia da Europa e das américas será pequeno, e se limitará às próximas semanas. O impacto, para a Moody’s será maior nos países vizinhos à China, integrados à sua cadeia de suprimentos e turistas.

A agência Reuters revelou, nesta terça-feira, que o presidente chinês, Xi Jinping, ausente nas frentes de combate ao vírus, alertou autoridades do país que o esforço contra o coronavírus foi longe demais, ameaçando a economia do país. Xi ainda teria cobrado seus subordinados por ter espalhado o medo no país.

Trabalhadores e estudantes chineses começaram a retomar ontem suas rotinas, enquanto bancos de todo o mundo tentam calcular os impactos do coronavírus sobre a economia local. O J.P. Morgan projeta crescimento de apenas 1% para o PIB chinês no primeiro trimestre, um tombo ante os 6% de avanço do fim de 2019. Segundo seus analistas, o vírus mudou completamente a dinâmica da economia local.

A expectativa, agora, é pelo tamanho do pacote de estímulo que o governo levará a cabo para recuperar o ritmo no restante de 2020. Ainda segundo a Reuters, mais de 300 companhias chinesas já demandaram empréstimos de 8 bilhões de dólares como parte de um plano de recuperação. Entre elas estão a fabricante de telefones Xiaomi e a Didi Chuxing, empresa de transportes dona da brasileira 99.

A batalha entre os efeitos concretos, e o otimismo no discurso, deve dar o tomo nas mesas de negociações nesta terça-feira.

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