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Copom irá encerrar ciclo de alta da Selic nesta quarta? O que dizem os bancos de investimento

Mercado espera que Banco Central eleve taxa básica de juros nesta quarta de 13,25% para 13,75%

Banco Central: Comitê de Política Monetária define taxa de juros nesta quarta-feira, 3 (Arquivo/Agência Brasil)

Banco Central: Comitê de Política Monetária define taxa de juros nesta quarta-feira, 3 (Arquivo/Agência Brasil)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 2 de agosto de 2022 às 06h30.

Última atualização em 3 de agosto de 2022 às 07h58.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central irá divulgar nesta quarta-feira, 3, a decisão que que deve marcar a 12ª alta consecutiva da Selic. A taxa básica de juros subiu de 2% para 13,25% desde março de 2021. A ampla expectativa do mercado é de mais um ajuste de 0,50 ponto percentual, que, se confirmado levará a Selic para 13,75%.

O consenso do mercado, segundo Boletim Focus de segunda-feira, 1, é de que o Copom encerre o ciclo de alta da Selic nesta semana, mantendo os 13,75% até o próximo ano -- quando o maior controle da inflação abriria caminho para o Banco Central começar a cortar juros. Mas a crescente crença do mercado é de a Selic terá que subir ainda mais.

O coro, endossado por grandes bancos de investimento, aponta para a chance de mais uma alta de juro na reunião de setembro. A dúvida é quanto ao tamanho do ajuste, com economistas divididos entre uma elevação para 14% e 14,25%.

O J.P. Morgan que anteriormente esperava que ciclo de alta de juros encerrasse nesta quarta, revisou suas expectativas, passando a considerar uma alta de 0,25 p.p. em setembro como o cenário mais provável.

"Nossa previsão de que o aumento esperado de 0,50 p.p. nesta semana marcaria o último ajuste neste ciclo sempre dependeu de sinais claros de que a atividade já estaria enfraquecendo. Mas temos que reconhecer que até agora esses sinais não estão presentes", afirmou o J.P. Morgan em relatório assinado pela economista-chefe de Brasil, Cassiana Fernandez. 

A alta mais branda projetada para setembro, segundo o J.P. Morgan, considera a expectativa de "sinais mais concretos" de enfraquecimento da atividade local.

A opinião é compartilhada por economistas do BTG Pactual, que projetam mais uma alta de 0,25 ponto percentual em setembro. "Maior pressão inflacionária global, enfraquecimento do arcabouço fiscal doméstico e piora nas expectativas do IPCA para 2023 não abrem espaço para o Copom sinalizar algum fim de ciclo nesta reunião de agosto", disse em relatório a equipe do economista Alvaro Frasson, do BTG Pactual.

A projeção do mercado para o IPCA de 2023 voltou a subir no último boletim Focus, passando de 5,30% para 5,33%. O consenso de quatro semanas atrás para a inflação do ano que vem era de 5,01%. "Esperamos uma comunicação [do Copom] mais preocupada com o cenário fiscal, a fim de deixar em aberto passos futuros em caso de maior fragilidade do arcabouço fiscal."

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O Goldman Sanchs e o Itaú BBA, não cravaram a alta adicional de 0,25 p.p. em setembro, tampouco descartaram a possibilidade de um novo ajuste.

O banco americano espera que o Copom deixe a porta aberta para uma nova elevação "de mesma magnitude ou inferior" para setembro, porém, afirmou haver uma probabilidade "razoável" de a alta de juros desta quarta ser a última do ciclo de ajustes.

"Esperamos que o Copom destaque a resiliência da economia durante o primeiro semestre, mas também reconheça as perspectivas desanimadoras de crescimento para segundo semestre e 2023", disse a equipe de Roberto Ramos, economista-chefe do Goldman Sachs. 

Já o Itaú BBA acredita que "o cenário mais provável é o de encerramento do ciclo, mas deixando a porta aberta para uma eventual alta final na reunião de setembro". A expectativa do BBA é de que o Copom deixe explicito que, se houver novo ajuste, será de 0,25 p.p., principalmente "pela deterioração adicional do cenário de
inflação ou das expectativas de mercado"

"Neste contexto, destacamos que as incertezas para as projeções de inflação, sobretudo de curto prazo, estão maiores que o usual, em meio a medidas recentemente adotadas de redução de impostos", disse Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú, em relatório.

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