Privatização da Copel (CPLE6): BTG Pactual retomou a cobertura da companhia, que se tornou a favorita do setor para o banco (Copel/Divulgação)
Repórter de Invest
Publicado em 13 de setembro de 2023 às 12h47.
Última atualização em 13 de setembro de 2023 às 13h04.
A privatização da Copel (CPLE6) foi concluída na última terça-feira, 12, com um follow-on de 621.992.650 ações e um montante avaliado em R$ 5,13 bilhões. Sob esse novo cenário, o BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME) retomou a cobertura da empresa, indicando a classificação de compra e preço-alvo de R$ 12 - upside de 37% frente aos R$ 8,78 do último pregão.
“A Copel possui um dos melhores perfis de ‘risco x retorno’ em nossa cobertura, respaldado por um processo de recuperação relativamente simples”, escrevem João Pimentel, Gisele Gushiken e Maria Resende, analistas do banco, em relatório divulgado nesta quarta-feira, 13.
Eles apontam que a companhia paranaense de energia registrou uma recuperação impressionante nos últimos quatro anos. Segundo os analistas, desde que Daniel Pimentel Slaviero assumiu a posição de CEO, a empresa cresceu 235%.
“Isso não foi por acaso: nesse período, a nova equipe de gestão cortou custos, melhorou a eficiência no seu braço de distribuição, vendeu ativos não essenciais e alocou capital de forma sensata. A alavancagem era de 3,1 vezes a dívida líquida sobre o EBITDA em 2018, passando para 2,5 vezes no segundo trimestre deste ano”, comentam.
Além dos avanços já apontados, para os especialistas do BTG Pactual ainda há espaço para a Copel crescer. Isso porque a companhia tem a equipe e as ferramentas certas para levá-la a níveis de eficiência semelhantes aos de seus pares privados, ao mesmo tempo que oferece uma boa perspectiva com dividendos.
“A Copel é um dos nomes mais baratos que cobrimos e uma das nossas principais escolhas no setor. Vemos um aumento de 37% no seu potencial privatizado e uma taxa interna de retorno real de 11,6%.”
Com o follow-on, a participação votante do governo paranaense sobre a companhia caiu de 70% para 28% - transformando-a em uma verdadeira corporação, dizem os analistas. O direito de voto dos acionistas individuais é limitado a 10%.
“A Copel já havia anunciado sua migração para o Novo Mercado, mas o BNDES votou contra. Não acreditamos que a migração esteja fora de questão, mas por enquanto parece ser a decisão certa para evitar um maior escrutínio político, apesar de prejudicar a liquidez das ações”, frisam.
E por falar na interferência do BNDES, a comparação da Copel com a Eletrobras pelos investidores tornou-se inevitável. Contudo, para os analistas, existem diferenças importantes que garantem mais vantagens a uma em relação a outra.
Na comparativo do BTG Pactual, os papéis da ELET3 apresentam um potencial de alta de até 51% no próximo ano. No entanto, a CPLE6 ocupa a posição de favorita entre as elétricas para o banco.
“A Eletrobras enfrenta uma significativa pressão política com seu principal acionista, enquanto a Copel receberá apoio do governo estadual pelo menos nos próximos quatro anos”, justificam.