B3 (B3SA3) (Germano Lüders/Exame)
A Copa do Mundo de Futebol da FIFA vai começar no Catar neste domingo, 20. As 32 Seleções que participarão do torneio irão se enfrentar para ganhar a 22ª edição do Campeonato mais famoso do mundo.
O Brasil é uma das favoritas para ganhar a Copa do Mundo deste ano, e o País vai parar para assistir aos jogos da Seleção canarinho.
Entretanto, a Bolsa de Valores de São Paulo já informou que não vai interromper as negociações, com os pregões que vão continuar mesmo em dia de jogos do Neymar & Co.
Por isso - e especialmente em tempos turbulentos como esses - é preciso se preparar com uma carteira de investimentos sólida, para chegar ao final do ano comemorando o Hexacampeonato do Brasil e uma boa rentabilidade do portfólio.
O TradeMap realizou um levantamento exclusivo para a EXAME Invest selecionando as 11 melhores ações que se encaixariam na "Seleção da B3". Os analistas Jader Lazarini e Sergio Castro procuraram as melhores empresas e as posicionaram como se fosse um jogo de futebol, com base nas características de cada papel. Vale lembrar que as escolhas não são recomendações de investimento.
A área defensiva representa os fundamentos nos quais o time está alicerçado. Desde o goleiro até os laterais, os jogadores aqui colocados detêm grande responsabilidade, já que um erro pode colocar em xeque a partida. O goleiro deve ser um dos jogadores mais confiáveis e previsíveis do elenco. Os zagueiros, por sua vez, devem demonstrar segurança e, com maior flexibilidade, podem se aventurar mais à frente. Já os laterais podem ser agressivos no ataque, contribuindo para as demais fases há a preocupação, entretanto, em relação a descuidos, como da chamada “bola nas costas”.
Por isso, para fazer jus à confiabilidade e à segurança, como goleiro a escolha é a Taesa (TAEE11).
O setor de transmissão elétrica gera receita a partir da entrada transmissão elétrica gera receita a partir da entrada em operação comercial das instalações e é daí que em operação comercial das instalações e é daí que parte a previsibilidade nos negócios da Taesa, como a primeira defensora do time deve ter. A empresa opera 40 concessões, em mais de 14 mil linhas de transmissão. Além de ter uma das maiores receitas anuais permitidas (RAP), seu faturamento é reajustado pela inflação, o que garante um aumento real nos dividendos.
O primeiro zagueiro é a Eletrobras (ELET3).
Na contenção da defesa, o zagueiro mais experiente é a Eletrobras. Constituída em 1962, a empresa era, até o fim do ano passado, responsável pela geração de 28% de toda a energia do Brasil. Em junho deste ano, a companhia foi privatizada, o que a deixa menos engessada para que possa investir e se manter competitiva.
O segundo zagueiro é a Vivo (VIVT3).
A Telefônica, dona da Vivo, é uma empresa experiente que já enfrentou adversários cascudos, como a crise econômica de 2015 e 2016. Nesta temporada, a empresa manteve o estilo moderno de toque de bola, sem chutão pra frente, e defendeu um dividend yield em torno de 7,4%. Essa solidez traz confiança para o time, já que há chances de enfrentar uma nova recessão nos playoffs (em 2023). Além disso, os resultados do último trimestre ficaram acima do esperado pela “comissão de analistas”, mostrando que a companhia ainda é confiável e confirmando sua vaga para o time.
No lateral esquerdo, a escolha é a Engie (EGIE3).
Pela esquerda, o time começa suas jogadas de ataque com a Engie , empresa que também representa o setor elétrico. A companhia é mais flexível e tem investido no crescimento da operação isso tudo sem deixar de pagar dividendos. Ao longo de 2021, o payout da companhia foi de 100%. A empresa está “em forma”, após vender sua última termelétrica, se tornar mais limpa e voltar de vez seus esforços para maior previsibilidade da operação, com atenções para a transmissão de energia. Esse jogador, inclusive, já possui experiência internacional, uma vez que a Engie é controlada por uma companhia francesa que carrega o mesmo nome e é o segundo maior grupo de energia do mundo.
O lateral direito é a Petrobras (PETR3).
A Petrobras, que já jogou como lateral esquerdo, mostrou desempenho superior jogando pela direita. Essa nova fase permitiu que a empresa ficasse mais leve e acertasse mais cruzamentos para gols. Isso porque a estatal tem se desfeito de diversos campos maduros que já não eram tão eficazes, tornando o negócio mais leve e lucrativo. Além disso, a petrolífera apresentou um dividend yield em torno de 52% nos últimos 12 meses, o que a consagrou líder de assistências na temporada. Apesar disso, a troca de técnico para o próximo ano gera desconfiança para alguns torcedores, preocupados com mudanças táticas no esquema. No entanto, o momento da empresa é um dos melhores da história e ela não pode ficar de fora da seleção.
O setor do meio campo é composto por dois volantes responsáveis por ajudar o time a manter a segurança na defesa, mas também apoiar o time no ataque. Portanto, as características desses papéis são o potencial crescimento, dentro de um setor perene que ofereça maior segurança para o time. O camisa 10 é o meio campista raiz. É aquele jogador que sabe distribuir a partida com bons dividendos e que, quando está mal, afeta o rendimento do time como um todo. Para esta posição são exigidos vasta experiência e um currículo com diversos títulos, pois o jogador vai responder pela faixa de capitão.
O primeiro volante é o Banco do Brasil (BBAS3).
O primeiro volante é o cão de guarda da área defensiva e é quem inicia a fase ofensiva, sendo o primeiro meio campista, características que combinam com o Banco do Brasil. Por estar em uma faixa do campo importante, não há espaços para erros assim como a carteira de crédito do BB, que corre poucos riscos. O índice de inadimplência acima de 90 dias do banco ficou em 2%, menor do que a média do mercado. Um quarto dos empréstimos do banco está nas mãos do agronegócio, gerando grande segurança para a operação. Por ser o primeiro volante, não há muito o que inventar, e a instituição é a que tem o melhor índice de eficiência entre os bancões , na ordem de 33,2% deixando a pecha da ineficiência estatal para trás.
O segundo volante é o Assaí (ASAI3).
O Assaí é a jovem promessa da Bolsa. A rede fez o IPO em março de 2021 e já é o papel mais recomendado por analistas ouvidos pela Refinitiv . Ele é o segundo volante do time, aquele que defende a equipe, mas pode ser o elemento surpresa no ataque. A parte defensiva é atrelada aos produtos oferecidos pela empresa, cuja demanda é menos sensível a variações de juros e inflação, dado que são bens essenciais para o dia a dia da população. No ataque, o Assaí vem se tornando cada vez mais importante. Em outubro de 2021, adquiriu 71 lojas do Extra Hiper e tem convertido as unidades em atacarejo . Esse estilo de jogo, que une estratégias de hipermercado com atacado, é mais flexível e permite maiores margens a preços mais atrativos para o consumidor, já que o custo operacional é menor que o de hipermercados. Porém, no terceiro trimestre, o Assaí sentiu uma lesão na rentabilidade e trouxe desconfiança para o torcedor. Isso porque a margem apresentou queda de 0,5 ponto porcentual, para 7,3%, em comparação com mesmo período de 2021.
No meio campo, a Vale (VALE3).
Nosso camisa 10 é a experiente Vale, que foi fundada em 1942 e já encarou os mais diversos cenários, tanto positivos quanto negativos, e se sobressaiu em todos eles. O mindset de cabeça fria e coração quente consagrou a Vale como a capitã do time. O maestro da seleção é aquele que, além de distribuir bons dividendos, é versátil para tirar um coelho da cartola quando preciso. A Vale passou a dar maior foco para o segmento de metais básicos (que inclui níquel e cobre), que está em crescimento no mercado dada a maior utilização de baterias elétricas. Isso permite que a empresa reduza o protagonismo do minério de ferro e diversifique seu negócio, tornando o mais seguro, além de apresentar um grande potencial de expansão. Outro ponto favorável é que a possível segregação do segmento pode destravar valor para Vale, o que seria um gol de placa para os acionistas.
Por fim, o poderoso ataque deve ser formado por aqueles papéis que podem ganhar o jogo sozinhos, mesmo quando o time não está tão bem, ainda que, para ganhar um campeonato, seja necessário que toda equipe esteja equilibrada. Nas pontas foram escalados os jogadores mais leves e jovens, que atacam com força e ainda têm muito a crescer. E o "matador" do time é aquele que tem alta precisão nas jogadas e que, quando está de frente para o gol, não treme na base.
Na ponta esquerda, a revelação do ano é a Cury (CURY3).
A ação subiu 79% em 12 meses. A companhia tem todas as qualidades para ser craque. A velocidade característica do seu modelo de “asset light", permite maior foco nas atividades principais e reduz custos e despesas, já que não possui muitos ativos. Esse modelo gera outro benefício, o da precisão, porque, com menores custos, a Cury pode aumentar o payout e distribuir maiores dividendos. A expectativa é que a empresa registre um payout de 70% e um dividend yield em torno de 8% em 2023. Por fim, vale ressaltar o posicionamento da companhia, ao atuar no projeto Casa Verde e Amarela, voltado para o público de baixa renda, porém no segmento “ top ”, com preços médios mais altos. Isso permite que a empresa faça gols com margens acima das concorrentes. Além disso, volta para marcar e ajudar a defesa devido à maior segurança frente às outras que também atuam no programa, já que o público é menos afetado por oscilações econômicas.
Na ponta direita, outro atacante é a Movida (MOVI3).
Na ponta direita, outro velocista para abastecer o ataque. O jogador de rápido crescimento e entrega de valor ao time é a Movida. A companhia de locação de veículos foi fundada em 2006 e ganhou tração em 2013, quando foi adquirida pela JSL. Rapidamente, a Movida se colocou no páreo das maiores do setor, concorrendo com Localiza e Unidas, que têm mais de 30 anos de atuação. Hoje, o ROIC (Retorno sobre Capital Investido) está na máxima histórica, de 17,1%, o que mostra o retorno da companhia para o time.
No final, o craque é a WEG (WEGE3).
Na posição de centroavante, eis um jogador que tem a expertise tradicional de um goleador, que erra poucos gols e está em constante evolução WEG, a queridinha do mercado. Com mais de 60 anos de história, a empresa tem gerado valor aos acionistas, representando um caso de crescimento com investimentos diversificados geograficamente. Ao mesmo tempo, a companhia possui uma carteira de pedidos continuamente robusta e divide sua receita de forma igual entre mercado externo e interno. O apelido de “reloginho”, que indica entrega trimestre após trimestre da empresa, é um boa característica ao artilheiro do time, que não pode perder gols.