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Construtoras: por um 2017 menos pior

A quinta-feira deve ser agitada para as construtoras e mostrar que, apesar da euforia com as ações na bolsa, o caminho da retomada ainda é longo. Cyrela, Gafisa, Rossi e Tecnisa divulgam seus resultados do último trimestre de 2016. Para a maior do setor, a Cyrela, a expectativa é de um lucro de 18 milhões […]

CONSTRUTORAS: cenário continua complicado para as companhias em 2017 / Thinkstock

CONSTRUTORAS: cenário continua complicado para as companhias em 2017 / Thinkstock

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2017 às 21h38.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h04.

A quinta-feira deve ser agitada para as construtoras e mostrar que, apesar da euforia com as ações na bolsa, o caminho da retomada ainda é longo. Cyrela, Gafisa, Rossi e Tecnisa divulgam seus resultados do último trimestre de 2016.

Para a maior do setor, a Cyrela, a expectativa é de um lucro de 18 milhões de reais – queda de 82% na comparação anual. No consolidada de 2016, o resultado deve ser um lucro de 138 milhões de reais, retração de 69% na comparação com 2015. Na Gafisa a situação é ainda pior: o prejuízo em 2016 deve totalizar 262 milhões de reais, ante prejuízo de 74,4 milhões de reais em 2015. Tecnisa e Rossi também devem apresentar prejuízos. Nos nove primeiros meses do ano o prejuízo da Tecnisa chegou a 197,4 milhões e o da Rossi totalizou 427 milhões de reais.

A explicação para os resultados fracos virou um mantra que vem sendo repetido trimestre após trimestre: uma combinação de distratos altos e a falta de crédito no mercado. Mas o desempenho das empresas na bolsa parece apontar outro cenário. Neste início de ano as ações da Rossi subiram incríveis 177,4%; as da Tecnisa, 39,8%; as da Cyrela, 28%; e as da Gafisa, 9,6%. A redução de juros e a expectativa de retomada do crédito têm animado as empresas do setor. Notadamente, Rossi e Tecnisa, que lutam para diminuir suas dívidas, são as que mais teriam a ganhar no novo cenário.

Analistas estimam que o resultado das companhias só deve melhorar em 2018, quando os brasileiros poderão voltar a fazer grandes aquisições. Neste cenário, cada construtora tenta fazer sua parte em 2017. Na Rossi, após 15 anos de gestão independente, a família voltou ao comando da empresa. Após passar dois anos, a Rossi quer voltar a lançar imóveis para tentar reduzir sua dívida, de cerca de 2 bilhões de reais. A Tecnisa recebeu um aumento de capital de 200 milhões de reais em 2016 e planeja lançar mais imóveis neste ano.

A Cyrela disse que pretende manter o mesmo volume de lançamentos de 2016, no valor de 2,94 bilhões de reais. A Gafisa deve concluir neste primeiro semestre a venda de sua subsidiária Tenda, o que deve trazer fôlego para novos investimentos. Analistas acreditam que as construtoras se focarão em dois extremos para garantir vendas este ano: empreendimentos de alta renda (para quem ainda tem dinheiro para comprar) e projetos do programa Minha Casa, Minha Vida (em que há recursos do FGTS para serem usados). A regra do ano é tentar, pelo menos, ser melhor do que 2016.

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