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Construtoras decepcionam no segundo trimestre; ações despencam

O tombo mais forte foi sofrido pela Gafisa, que viu seu lucro despencar quase quatro vezes no segundo trimestre, para 25,1 milhões de reais

A Gafisa já havia sinalizado o mercado de que uma recuperação mais forte dos números viria apenas no segundo semestre (Diulgação)

A Gafisa já havia sinalizado o mercado de que uma recuperação mais forte dos números viria apenas no segundo semestre (Diulgação)

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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2011 às 17h13.

São Paulo - Os primeiros resultados trimestrais de construtoras e incorporadoras divulgados esta semana desencadearam uma onda de mau humor entre os investidores nesta sexta-feira, após três empresas que representam o setor no Ibovespa apresentarem números abaixo do esperado.

O tombo mais forte foi sofrido pela Gafisa, que viu seu lucro despencar quase quatro vezes no segundo trimestre, para 25,1 milhões de reais, enquanto o mercado projetava ganho de 42,2 milhões de reais.

As ações da construtora e incorporadora chegaram a se desvalorizar em 8 por cento na manhã de sexta-feira e, às 14h38, cediam 6 por cento, cotadas a 6,91 reais.

A companhia informou ainda, junto com o balanço, que reduziu a previsão de margem Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 2011 para entre 16 e 20 por cento, em decorrência de projetos da Tenda de menor rentabilidade.

A Gafisa já havia sinalizado o mercado de que uma recuperação mais forte dos números viria apenas no segundo semestre, quando os impactos negativos da incorporação da Tenda devem se diluir.

"O resultado de Gafisa foi fraco, mais uma vez. O balanço foi um pouco melhor refletindo um menor nível de queima de caixa, favorecido por 170 milhões de reais em securitização e um forte volume de entrega de unidades no trimestre", afirma a equipe do Credit Suisse, em nota, acrescentando que "o destaque negativo veio da revisão do 'guidance' de margem Ebitda".

A Cyrela Brazil Realty, por sua vez, viu seu lucro trimestral cair 43 por cento, para 96 milhões de reais, ficando abaixo da média de previsões de analistas de ganho de 105,7 milhões de reais.


O Credit Suisse ressaltou que os números da companhia continuaram pressionados pelas revisões de orçamento realizadas no final do ano passado "e não deixam claro uma tendência de recuperação no curto prazo".

Por outro lado, o analista Wesley Pereira Bernabé, do BB Investimentos, assinalou que a empresa deu sinais de reversão da trajetória de queda dos indicadores de rentabilidade, "o que traz boas perspectivas para os próximos períodos, ainda que mais consistentes somente a partir de 2012".

De fato, a Cyrela aposta em 2012 como o ano em que colocará suas operações e seus números nos trilhos novamente, conforme afirmou o diretor-presidente e fundador da Cyrela, Elie Horn, em teleconferência nesta sexta-feira.

"(O ano de) 2011 é um ano de transição. A recuperação das margens virá em 2012", disse ele. "Continuaremos privilegiando crescimento orgânico... O processo de recuperação de margens está em curso e estamos engajados com a redução de despesas gerais e administrativas".

Nesse sentido, o analista do BB estima um cenário mais positivo para a Cyrela na segunda metade do ano, ainda que as margens não retornem a patamares históricos no curto prazo.

"O direcionamento estratégico de lançamentos em regiões mais líquidas para a comercialização de imóveis e onde a empresa historicamente apresenta maior presença pode se refletir em melhora da eficiência operacional", afirmou Bernabé.

As ações da Cyrela também operavam com forte queda nesta sexta-feira, de 6,41 por cento, a 13,72 reais.

Na esteira dos balanços que decepcionaram, a Rossi Residencial apurou uma queda de 19 por cento no lucro do segundo trimestre, que somou 85 milhões de reais. O resultado se compara a uma média de previsões de analistas obtida pela Reuters de ganho de 101,5 milhões de reais.

Na visão do analista David Lawant, do Itaú, os números da Rossi foram "consistentes", apesar da queda nas margens decorrente de maior participação de projetos voltados ao segmento econômico.

"O consumo de caixa foi negativamente afetado pelo desembolso de 100 milhões de reais para aquisição da construtora Norcon", acrescentou.


Os papéis da Rossi também figuravam entre as maiores quedas do Ibovespa no último pregão desta semana, e recuavam 7 por cento, cotados a 10,53 reais.

Contrariando a tendência vista nesta sexta-feira, a MRV Engenharia apresentou no início da semana lucro trimestral 26 por cento maior, em 189,8 milhões de reais, superando ligeiramente a média de estimativas de analistas, de 181,5 milhões de reais.

As outras duas empresas que integram o setor no Ibovespa, PDG Realty e Brookfield Incorporações, divulgam seus balanços no domingo e na segunda-feira, respectivamente.

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