Mercados

Congestionamento no interesse de acionistas faz ações do grupo Oi despencarem 8%

Acionistas rejeitam reorganização societária em assembleia geral no começo da tarde desta quarta-feira

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de junho de 2010 às 15h37.

São Paulo - As ações do grupo Oi apresentam forte queda após a divulgação da rejeição dos acionistas da Brasil Telecom (BrT) à proposta de troca de ações entre a BrT e Telemar no começo da tarde desta quarta-feira (16). Os papéis ordinários da Brasil Telecom (BRTO3) caíam 8,43% às 14 horas, negociados a 16,84 reais, enquanto os preferenciais (BRTO4) recuavam 2,64% no mesmo horário. As ações ordinárias da Telemar, por sua vez, tinham queda de 2,99%.

A votação aconteceu em assembleia geral extraordinária nesta quarta-feira (16). Em comunicado oficial ao mercado logo após o término da reunião,  o diretor de relações com investidores, Alex Zornig, informou a suspensão da reorganização societária. “Tendo em vista a rejeição das novas relações de substituição, as Companhias informam que a simplificação societária, conforme proposta e divulgada em Fato Relevante datado de 25 de abril de 2008, está suspensa por prazo indeterminado”.

O motivo que pode ter motivado a reprovação da reestruturação societária da Oi foi a revisão da relação de troca dos papéis da Brasil Telecom pelos da Telemar, anunciada em março deste ano. A proposta mais recente dava para os acionistas ordinários da Brasil Telecom (BRTO3) o direito de receber 0,3955 da ação TMAR3, abaixo da proposta anterior de 0,4137.

O mesmo aconteceu com as ações preferenciais. O investidor que aguardava ganhar 0,2531 da ação TMAR5, precisaria se contentar com 0,2191. Grandes empresas que dão aconselhamentos em assembleias, como a Glass Lewis e a ISS já tinham sugerido o voto contrário. A mudança da relação de troca também gerou reclamações da Amec (Associação de Investidores no Mercado de Capitais).

Esse foi o segundo susto que os acionistas levaram em 2010. Depois de ser comprada pela Telemar em janeiro de 2009, a Brasil Telecom informou, em 3 de abril, que a empresa tinha R$ 1,45 bilhão em contingências judiciais. Entretanto, em janeiro de 2010, a empresa revisou os números para R$ 2,535 bilhões. O fato interrompeu o processo de reestruturação, levando ao novo cálculo da relação de troca.

"Eles deram a informação de que a contingência era de 70 milhões de reais. Aí, simplesmente, se suprime a informação e altera, sem explicações. Você pode ter induzido investidores. É uma interpretação inadequada", explica Edison Garcia, superintendente da Amec.

Leia, na sequência, o comunicado pós-votação na assembleia geral de acionistas desta manhã; a última avaliação de troca de ações feita pelo Banco de Investimentos Credit Suisse (Brasil) S.A. e a carta da Associação Brasileira de Mercados de Capitais questionando à Telemar os critérios da reorganização:

 

Fato Relevante - Telemar e Brasil Telecom
http://d1.scribdassets.com/ScribdViewer.swf?document_id=33131079&access_key=key-282u9rg5sp72xxlkqn7r&page=1&viewMode=list 

Cálculo da última de relação de troca - BrT e PT

http://d1.scribdassets.com/ScribdViewer.swf?document_id=33131541&access_key=key-182l4mn6xd6f2nvl1tue&page=1&viewMode=slideshowCarta da Amec à Telemar
http://d1.scribdassets.com/ScribdViewer.swf?document_id=33131712&access_key=key-2jzu3ur3sxq9x25kuep9&page=1&viewMode=list

Acompanhe tudo sobre:3GAçõesBrasil TelecomEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas portuguesasOiOperadoras de celularServiçosTelecomunicaçõesTelemar

Mais de Mercados

Iguatemi (IGT11) anuncia mudança na presidência

Suzano (SUZB3) anuncia novo aumento de preços da celulose em março

Nem recompra bilionária anima mercado e ações da Renner caem com pressão das margens