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Companhias no S&P 500 são afetadas por valorização do dólar

A valorização da moeda americana frente ao iene, ao euro e ao bolívar venezuelano está contribuindo para uma projeção de declínio de 1% cento dos ganhos do segundo trimestre


	Os lucros de todas as companhias do S&P 500, incluindo as financeiras, aumentaram cerca de 1,8 por cento, o menor acréscimo em um ano, segundo estimativas
 (REUTERS/Brendan McDermid)

Os lucros de todas as companhias do S&P 500, incluindo as financeiras, aumentaram cerca de 1,8 por cento, o menor acréscimo em um ano, segundo estimativas (REUTERS/Brendan McDermid)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2013 às 18h13.

São Paulo – As companhias americanas registrarão alguns dos menores lucros trimestrais em quatro anos porque a valorização do dólar destrói o valor de produtos vendidos no exterior, como pasta de dente e tablets.

A valorização da moeda americana frente ao iene, ao euro e ao bolívar venezuelano está contribuindo para uma projeção de declínio de 1 por cento dos ganhos do segundo trimestre para companhias não financeiras no índice Standard Poor’s 500, o segundo pior desempenho desde 2009.

Os analistas projetam pelo menos mais três trimestres de desvalorização do iene e do euro, reduzindo o valor em dólares de bens de companhias como a Tiffany Co. e a Delta Air Lines Inc.

A situação monetária piora um cenário de vendas já complicado. Ontem, o FMI reduziu sua previsão de crescimento econômico global de 3,3 por cento prognosticado em abril para 3,1 por cento, e de 1,9 por cento para 1,7 por cento nos EUA.

Iene desvalorizado

Os lucros de todas as companhias do S&P 500, incluindo as financeiras, aumentaram cerca de 1,8 por cento, o menor acréscimo em um ano, segundo as estimativas.

Mesmo assim, os analistas que moderaram seus prognósticos nas últimas semanas aumentaram as estimativas de preços das companhias, convencidos de que a economia está crescendo suficientemente rápido para atrair os investidores. O índice avançou 16 por cento neste ano.

O iene perdeu aproximadamente 21 por cento do seu valor frente ao dólar desde 31 de outubro, quando o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe iniciou uma campanha para desvalorizar a moeda com o objetivo de impulsionar a economia do país.


O euro desvalorizou-se 6,3 por cento desde 1 de fevereiro, e a Venezuela desvalorizou o bolívar 32 por cento em 8 de fevereiro pela quinta vez em nove anos.

Segundo estimativas compiladas pela Bloomberg, as companhias cujas vendas são realizadas em sua maioria fora dos EUA foram as mais afetadas. Os lucros por ação diminuíram 17 por cento em média por uma queda de 3,5 por cento das vendas em mais de vinte companhias do S&P 500, que obtêm pelo menos metade da sua receita na região Àsia-Pacífico.

O risco não se limita ao iene. Estima-se que a Clorox Co, fabricante de água sanitária e pedras para gatos com sede em Oakland, Califórnia, informará sua maior perda de lucros em dois anos, em parte pelas condições econômicas e monetárias da Argentina e da Venezuela.

O dólar já tem o melhor desempenho do ano nos mercados de divisas estrangeiras e continuará se fortalecendo impulsionado pelo crescimento da economia americana e pelas medidas de flexibilização monetária da Europa e do Japão, que aumentam as expectativas de uma redução na compra de ativos.

O papel do Fed

O dólar começou a se valorizar depois de 19 de junho, quando o presidente da Reserva Federal americana, Ben Bernanke, declarou que o órgão poderia começar a reduzir suas compras mensais de títulos, atualmente em US$ 85 bilhões, e terminá-las em meados de 2014. O programa, planejado para estimular o crescimento, tende a desvalorizar a moeda.


“Se o Fed diminuir as compras, os ventos contrários poderiam aumentar”, disse Walter Hellwig, que supervisiona aproximadamente US$ 17 bilhões para clientes da unidade de gestão de riqueza da BB&T Corp de Birmingham, Alabama. “Para compensar isso, precisamos continuar registrando bons resultados na taxa de desemprego dos EUA, pois a Europa está em recessão e o crescimento da China está desaquecendo”.

A taxa de desemprego dos EUA se manteve em 7,6 por cento em junho, perto do nível mais baixo em quatro anos, porque os empregadores criaram mais empregos do que o previsto.

Apesar de tudo, a situação monetária atual oferece um benefício às companhias: uma cobertura útil se os resultados do segundo trimestre não satisfizerem as expectativas, disse Howard Silverblatt, analista sênior da S&P em Nova York.

“Caso as companhias não atinjam suas metas, elas já terão uma desculpa pronta”, disse Silverblatt.

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