São Paulo - Nos últimos quatro anos, o valor de mercado das empresas brasileiras de capital aberto caiu 46,09% em dólar, ante uma queda de 31,41% das companhias da América Latina no mesmo período, segundo dados da consultoria Economatica. Parte dessa queda reflete também a desvalorização do real e de outras moedas, já que os valores são calculados em dólar. Mas boa parte também é reflexo da estabilidade ou queda dos preços das ações brasileiras em termos nominais ou reais, ou seja, se comparados à inflação.

Ibovespa, menos 55% em dólar

Como referência, o Índice Bovespa, que reúne os papéis mais negociados no mercado brasileiro, caiu 27,64% em quatro anos, passando de 69.301 pontos em dezembro de 2010 para 50.144 na sexta-feira. Em dólares, a queda é maior ainda, de 55%. Este ano, o referencial do mercado brasileiro deve fechar em queda em reais pelo segundo ao consecutivo, acumulando 8,3% de perda até sexta-feira. No ano passado, o índice recuou 15,4%. Em 2012, subiu 7,4%, pouco acima da inflação, e em 2011, caiu 18,1%.

Valor dos grupos brasileiros

Em 31 de dezembro de 2010, o valor dos grupos brasileiros correspondia a US$ 1,46 trilhão, contra os US$ 790,8 bilhões registrados no último dia 26, uma baixa de US$ 676,1 bilhões.

Na comparação com empresas dos Estados Unidos, no fim de 2010, o valor de mercado das empresas do Brasil era próximo ao de seis companhias americanas, algo em torno de US$ 1,48 trilhão. Em 26 de dezembro deste ano, o valor de mercado das empresas brasileiras é equivalente ao valor de mercado de duas empresas dos EUA (Apple e Philips Morris), que juntas valem US$ 797,9 bilhões.

Veja o valor de mercado das empresas brasileiras x empresas dos EUA:

América Latina

Na contramão, o segundo mercado mais importante da região, o México, valia US$ 510,9 bilhões em 2010, contra US$ 542 bilhões este ano. As empresas mexicanas continuaram equivalentes ao valor de mercado de duas empresas dos EUA.

No Chile, a queda foi de 32,97% do seu valor de mercado. Entre 2010 e 2014, as empresas chilenas deixaram de valer duas empresas americanas para apenas uma companhia. Colômbia, Argentina e Peru também tiveram seu valor de mercado equivalente a uma empresa dos EUA.