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Como foi a atuação do BC no câmbio em 2013

Dólar caminhava nesta terça-feira para fechar 2013 com a maior valorização ante o real desde 2008


	Cliente troca reais por dólares: nos últimos 12 meses, a moeda norte-americana oscilou entre 1,9584 reais na mínima de fechamento, atingida em 8 de março, e 2,4512 na máxima, em 21 de agosto
 (Bruno Domingos/Reuters)

Cliente troca reais por dólares: nos últimos 12 meses, a moeda norte-americana oscilou entre 1,9584 reais na mínima de fechamento, atingida em 8 de março, e 2,4512 na máxima, em 21 de agosto (Bruno Domingos/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de dezembro de 2013 às 11h04.

São Paulo - O dólar caminhava nesta terça-feira para fechar 2013 com a maior valorização ante o real desde 2008, ao fim de um ano marcado por incertezas externas e domésticas e pela forte atuação do Banco Central.

Nos últimos 12 meses, a moeda norte-americana oscilou entre 1,9584 reais na mínima de fechamento, atingida em 8 de março, e 2,4512 na máxima, em 21 de agosto.

Confira a seguir um histórico das intervenções do BC ao longo do ano:

Nos primeiros meses do ano, o BC posicionou-se como um observador passivo no mercado de câmbio, num momento em que o dólar era negociado em torno de 2 reais na venda. Entre janeiro e maio, a autoridade monetária fez apenas sete intervenções, ficando completamente ausente do mercado durante todo o mês de abril.

Neste período inicial, a percepção nas mesas de câmbio era de que o BC julgava que esse patamar de câmbio não pressionava a inflação --por meio do encarecimento de bens importados-- nem a atividade. Para preservar esse nível, a autoridade monetária chegou a realizar três ofertas de swap cambial reverso --equivalentes a compra futura de dólares-- quando a divisa renovava as mínimas do ano.

A partir de maio cresceu a pressão sobre o dólar à medida que ganhou força a perspectiva de que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, daria início à redução de seu programa de compra de títulos, que injetava 85 bilhões de dólares ao ano na economia norte-americana. Parte desses recursos tende a migrar para mercados emergentes em busca de rendimentos elevados.


A divisa norte-americana passou a subir consistentemente ante o real, avançando 7,04 por cento apenas em maio --maior ganho mensal no ano. O BC enfrentou a escalada das cotações ao voltar a intervir fortemente no câmbio, por meio de swaps cambiais tradicionais, equivalentes a venda futura de dólares, e leilões de dólares com compromisso de recompra.

Mesmo com as intervenções do BC, o dólar manteve a trajetória de alta, levando o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, a afirmar que o Brasil teria de conviver com uma taxa de câmbio mais fraca se a então valorização da moeda norte-americana estivesse em linha com outras moedas.

Somaram-se às intervenções do BC outras medidas de incentivo à entrada de recursos no país. Em junho, o governo zerou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente sobre posições cambiais vendidas e sobre investimentos estrangeiros em renda fixa. Duas semanas depois, o BC zerou o recolhimento compulsório sobre posições vendidas em câmbio.

Mesmo com injeção de um equivalente a 40 bilhões de dólares pelo BC nos mercados, o fortalecimento da moeda norte-americana não deu sinais de trégua e bateu a máxima do ano em agosto. Em seguida, o BC anunciou que daria início a um programa de intervenções diárias no câmbio com potencial equivalente a 60 bilhões de dólares, atuando em todos os pregões por meio de swaps cambiais tradicionais e leilões de linha até pelo menos o fim do ano.

As cotações da moeda norte-americana tiveram algum alívio com o anúncio do BC e após o Fed, em setembro, surpreender o mercado ao manter inalterado seu estímulo monetário. Com isso, a divisa voltou a operar em torno de 2,20 reais.


O câmbio voltou a ser alvo de turbulências nos meses seguintes, com questionamentos a respeito da postura de intervenções do BC. No fim de setembro, a autoridade monetária vendeu apenas parte da oferta total diária de swaps tradicionais e no mês seguinte, não rolou o lote integral de contratos que venceram em novembro. Com isso, cresceram as especulações de que o BC poderia não ser tão incisivo nas intervenções dali em diante.

Mas à medida que voltaram a crescer as expectativas de redução no estímulo do Fed e o dólar retomou a trajetória de alta, o BC voltou a rolar todos os swaps e a vender os lotes integrais nas rações diárias.

Em dezembro, o Fed anunciou o início da retirada do estímulo monetário, reduzindo as compras mensais de títulos em 10 bilhões de dólares, para 75 bilhões de dólares. No entanto, o Fed sinalizou que manteria as taxas de juros quase zeradas por mais tempo do que o esperado, dando algum alento para os investidores. A moeda norte-americana teve uma reação contida ao anúncio, avançando apenas 0,33 por cento no pregão seguinte.

Também neste mês, o BC brasileiro anunciou que estenderá o programa de rações diárias até junho do próximo ano, mas reduzindo a oferta de swaps cambiais para 4 mil contratos ao dia, ante 10 mil, e eliminando os leilões de linha. Ainda assim, deixou aberta a porta para mais intervenções, se necessário.

Incluindo as intervenções anteriores neste ano, o montante de swaps cambiais ofertados pelo BC deve atingir 120 bilhões de dólares até junho de 2014.

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