Mercados

Como estão as ações X de Eike Batista na bolsa

Apenas o desempenho dos papéis da MPX faz o homem mais rico do Brasil sorrir em 2011

Eike (Fernando Cavalcanti/EXAME.com)

Eike (Fernando Cavalcanti/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2011 às 16h28.

São Paulo – A bolsa não está fácil para ninguém neste ano. E isso inclui também o homem mais rico do Brasil. Eike Batista, sozinho, controla cinco empresas na Bovespa, mas apenas uma delas o faz sorrir em 2011. As demais estão com um desempenho pior ao do Ibovespa, o principal índice de ações da bolsa brasileira. Em comum, a maioria sofre por estar em um estágio pré-operacional, o que exige um desconto por parte dos investidores. Veja o gráfico:

MPX

A empresa de energia de Eike Batista subiu 64% em 2011 e figura entre as maiores altas de toda a bolsa. Dentro do índice Small Cap, do qual faz parte, só perde para alta de 72,35% do banco Panamericano (BPNM4), cujos ativos se recuperam após a descoberta de uma fraude.

Segundo o analista Ricardo Corrêa, da Ativa Corretora, o desempenho recente – a ação subiu 15% em novembro - está ligado ao próximo leilão de energia que será realizado em 20 de dezembro. Caso vença, a MPX pode aumentar em 30% a capacidade instalada para atender ao contrato, explica.

As chances de levar a disputa cresceram após a Petrobras anunciar que não irá mais fornecer gás para as usinas termelétricas que participariam do A-5, o que fez com que elas desistissem do leilão. Além disso, a Usina São Manoel, no Rio Teles Pires, na divisa de Mato Grosso com o Pará, também não participará porque não conseguirá a licença a tempo

OGX

Os constantes atrasos para a retirada do primeiro óleo da OGX parecem ter irritado os investidores. Depois de muitas promessas, a data foi decretada para a última semana de 2011. A previsão foi mantida pelo diretor de produção da petrolífera, Reinaldo Belotti, na semana passada, apesar de algumas pendências.


O problema é a liberação da unidade FPSO, que é um navio-plataforma de 271 metros de comprimento de posse da OSX, outra empresa de Eike. "Não sabemos informar quais as restrições que ainda existem no momento, mas trabalhamos para superar e manter o cronograma para extrair o primeiro óleo na última semana de dezembro", disse Belotti.

O HSBC disse em um relatório no final de outubro que a melhoria alcançada nos negócios desde 2008, que a tornaram pronta para um desempenho superior, é ignorada pelo mercado. O diretor financeiro da companhia, Marcelo Faber Torres, disse que a OGX terá um fluxo de caixa positivo em 2013.

LLX

Assim como a OGX, a LLX ainda é uma empresa no estágio pré-operacional. E, como todas, faz parte de um projeto integrado. O principal empreendimento é o Superporto do Açu, que pode se tornar um dos três maiores complexos portuários do mundo. Ao lado, a LLX tem uma vasta área para a instalação de indústrias, além de espaços reservados para a OSX e a MPX.

A última a contratar uma área no local foi GE, que assinou nesta semana um protocolo de intenções para a construção de uma unidade no complexo. A LLX registrou um prejuízo líquido de 12,5 milhões de reais no terceiro trimestre de 2011, ante prejuízo de 10,9 milhões um ano antes.

A empresa estima investir 872 milhões de reais em 2012, ano em que as operações serão inauguradas, e 825 milhões de reais em 2013. Para 2014, a previsão é de que o aporte seja de 163 milhões de reais. 

OSX

A empresa de construção naval do grupo EBX também está ligada ao desenvolvimento de outras da “Carteira Eike”. A OSX tem pedidos firmes que somam 5 bilhões de dólares, sendo 5 navios-plataformas e duas fixas, a maioria com a OGX. A empresa estima que a carteira, só com a petroleira do mesmo grupo, pode chegar a 30 bilhões.


"Toda a carteira da OGX é de 30 bilhões de dólares. Isso nos dá uma situação muito confortável para investir e participar das licitações de tudo o que vem por aí", disse o presidente da OSX, Luiz Eduardo Carneiro, em coletiva de imprensa . "E o que vem por aí é imenso, a Petrobras anunciou plano dela falando em 50 plataformas, um volume enorme", acrescentou.

Um cálculo recente realizado pela corretora Votorantim estima que apenas os contratos atuais valem 12,2 reais por ação, ou seja, próximo do valor de hoje. A projeção salta para 30,40 reais com toda a demanda da OGX. “O preço da ação da OSX continua extremamente deslocado em relação a esse fluxo de notícias, o que é surpreendente para uma empresa em fase inicial”, avaliam David Phillips e Phil Lindsay, analistas do HSBC, em um relatório.

MMX

A MMX, que já está em uma fase operacional, é a lanterninha das alternativas do Grupo EBX na bolsa. O mercado torceu o nariz para os resultados do terceiro trimestre e as ações caíram ainda mais. A empresa apresentou um de 243,2 milhões de reais. No mesmo período do ano anterior, ela tinha alcançado um lucro líquido de 90,9 milhões de reais. O resultado financeiro líquido ficou negativo em 305,779 milhões de reais.

Para o analista do BB Investimentos, Victor Penna, o ritmo de crescimento operacional deverá ser um pouco menor daqui para frente. “Além de sazonalmente mais fraco, as expectativas de um arrefecimento mundial diante da já observada redução na produção de aço induz a um menor consumo de minério de ferro”, apontou ele em um relatório.

A MMX disse no relatório de resultados que a queda nas últimas semanas é temporária. “A companhia mantém a expectativa de crescimento da demanda nos próximos anos”.

Acompanhe tudo sobre:AçõesAnálises fundamentalistasB3bolsas-de-valoresEike BatistaEmpresáriosEmpresasEnevaGás e combustíveisIndústria do petróleoMercado financeiroMineraçãoMMXOGpar (ex-OGX)OGXP3OSXPersonalidadesPetróleoSiderúrgicas

Mais de Mercados

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol

JBS anuncia plano de investimento de US$ 2,5 bilhões na Nigéria

Ibovespa fecha em alta de 1,74% puxado por Petrobras após anúncio de dividendos