Mercados

Como agir na OPA da Redecard?

Analistas reiteram opinião de não vender os papéis na oferta


	A oferta deve girar aproximadamente 12 bilhões de reais
 (Alexandre Battibugli/EXAME)

A oferta deve girar aproximadamente 12 bilhões de reais (Alexandre Battibugli/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2012 às 13h25.

São Paulo – Após meses de espera, o Itaú (ITUB3; ITUB4) realiza hoje, às 16h, o leilão para comprar a totalidade das ações da Redecard (RDCD3) em circulação no mercado por 35 reais cada. Apesar de alguns analistas sugerirem a aceitação do preço e a venda dos papéis, outros indicam que a rejeição da proposta possa ser a melhor estratégia. A oferta deve girar aproximadamente 12 bilhões de reais.

Se o banco desistir da oferta durante o leilão terá que esperar pelo menos um ano para conseguir reiniciar o mesmo processo. Portanto, os minoritários podem ter uma força a mais em sua negociação por um preço melhor nesta segunda-feira.

“Desistir da oferta não é uma opção para o Itaú. Em nossa opinião, a Redecard é crucial para os planos de longo prazo do banco, e acreditamos que a integração entre eles já chegou a um ponto em que não há mais volta para o Itaú (ou seja, seria muito dispendioso para ele a retirada da oferta)”, afirmam Henrique Navarro e Renato Schuetz, do Santander.

Por que não participar:

Segundo eles, o Itaú ainda pode aumentar o preço da oferta durante o leilão, caso não consiga atingir o percentual necessário. “Isto posto, o comentário recorrente do Itaú de que ‘não irá elevar o preço’ tem que ser entendido como sua esperança mais otimista, mas não tem caráter definitivo”, afirmam.

Além disso, eles reforçam que os papéis da Redecard são negociados a um desconto de 19% em relação às ações da concorrente Cielo (CIEL3). A diferença pode cair a 15% quando as ações negociarem a 35 reais e, para reduzi-la a zero, os papéis precisariam subir para 40,21 reais. “Portanto, cremos que este deva ser o preço que os investidores devem pedir na oferta de ações”, estimam.

OPA

Apesar de o Santander e outros analistas avaliarem que o preço da operação não é o justo, o mercado espera que a OPA se concretize. Segundo a Planner Corretora, a Redecard já tinha mais de 204 milhões de papéis na venda para o leilão na sexta-feira, conforme informações do livro da oferta. “Como há cerca de 336 milhões de ações em circulações no mercado, o Itaú Unibanco já tem 60,89% do livro garantido.”, explica em um relatório. Até o banco Lazard, que tinha questionado o preço da oferta, teria aceitado participar.

Ainda assim, rejeitar o valor e ficar de fora da OPA pode não ser um mau negócio, avalia o Santander. “Caso dois terços dos minoritários vendam suas ações, o Itaú seria obrigado a continuar a comprar ações ao longo dos próximos três meses pelo mesmo preço da oferta, ajustado pela Taxa Selic (aproximadamente 0,7% ao mês), de acordo com a regulamentação brasileira”, afirmam.

Acompanhe tudo sobre:B3Bancosbolsas-de-valoresEmpresasEmpresas brasileirasItaúOPARede SustentabilidadeServiçosservicos-financeiros

Mais de Mercados

JBS anuncia plano de investimento de US$ 2,5 bilhões na Nigéria

Ibovespa sobe puxado por Petrobras após anúncio de dividendos

Escândalo de suborno nos EUA custa R$ 116 bilhões ao conglomerado Adani

Dividendos bilionários da Petrobras, pacote fiscal e cenário externo: assuntos que movem o mercado