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Como a EDP quer trazer conta de luz até 10% mais barata para PMEs

Companhia lança serviço de geração distribuída compartilhada para clientes com conta de pelo menos R$ 300

EDP: foco em geração distribuída para pequenos e médios estabelecimentos (EDP/Divulgação)

EDP: foco em geração distribuída para pequenos e médios estabelecimentos (EDP/Divulgação)

Karina Souza
Karina Souza

Repórter Exame IN

Publicado em 18 de setembro de 2023 às 17h33.

Última atualização em 18 de setembro de 2023 às 17h49.

A EDP vai investir R$ 900 milhões em geração distribuída em 2023, com foco especial nos clientes do grupo "B", que têm um fatura de pelo menos R$ 300 mensais. No Brasil, hoje, esse grupo soma 11 milhões de clientes, dos quais a companhia espera capturar de 5 mil a 6 mil ainda neste ano. O público-alvo está em sete estados: São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul. “Ainda não estamos evoluindo para a pessoa física, um caminho que estudamos mais para o fim do ano e início do próximo”, diz Diogo Baraban, diretor comercial da EDP.

A razão para escolha dos sete estados tem a ver com as usinas a serem construídas para atender a esse grupo. Serão 50, ao todo, que somam uma capacidade instalada de 170 MWp. Desse total, 130 MWp serão destinados ao serviço de geração distribuída compartilhada aos clientes do grupo B.

A meta da empresa é trazer energia limpa e renovável sem que os clientes precisem fazer algum tipo de desembolso financeiro: não há taxa de adesão ou fidelidade de contrato nem mesmo troca de medidor ou qualquer adaptação no imóvel. Nesse tipo de contrato, os créditos de energia gerados pela EDP são injetados na rede elétrica da distribuidora local, chegando ao consumidor da mesma forma. 

A única diferença é que o consumidor passa a receber duas faturas: a da EDP, com a energia solar consumida, e a da distribuidora local, com os custos obrigatórios (disponibilidade, iluminação pública, impostos não compensáveis de PIS/Cofins e ICMS), além do excedente de energia, caso tenha consumido mais do que o volume contratado.

A EDP está investindo, inclusive, em uma central de gestão do consumo dos clientes. A ideia é ter uma solução proprietária de créditos — caso consumam menos do que a usina gerou em um determinado período, por exemplo — de olho em trazer previsibilidade de custos. 

Além da comodidade, a EDP ressalta o fato de conseguir oferecer um preço 10% menor pela conta de luz do que o pago hoje por esses clientes. “Isso tem a ver com a modelagem que fazemos. Nas áreas em que escolhemos, que têm boa irradiação solar, conseguimos ter uma previsão de boa eficiência de geração da usina, o que resulta no preço final mais barato”, diz Baraban. 

Na EDP Brasil, a geração distribuída tem se tornado prioridade na estratégia da empresa em energia solar, com o objetivo de chegar a 530 MWp de capacidade instalada nesta modalidade até 2026 – um crescimento de 520% em relação à 2022, com investimento de R$ 2,3 bilhões.

Os esforços da empresa para captura de clientes começam neste mês, com o fechamento de contratos, mas a energia deve começar a ser disponibilizada somente no último trimestre, quando as duas primeiras usinas (em São Paulo e no Espírito Santo) ficam prontas. As plantas já têm as licenças necessárias para operar, segundo a empresa. As demais entrarão em operação em 2024.

Por enquanto, a ideia de expandir os serviços para todo o país segue sob análise. “Estamos avaliando para quais praças expandir, se vamos crescer em determinadas regiões. Primeiro, estamos focados em entender a demanda. Não acredito que vamos abranger todo o território nacional”, diz Baraban. 

Hoje, a geração distribuída responde por 23 GW no Brasil, ou 11% do consumo brasileiro, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A previsão para este ano, de acordo com dados da Associação Brasileira de Geração Distribuída, é de chegar até o fim do ano com 26 GW de potência gerada. 

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