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"Commodity quente", minério de ferro vai esfriar, diz Citi

Preços do minério de ferro podem cair por aumento da oferta e queda na demanda por aço


	Minério de ferro: Citigroup recomendou a investidores que não esperem que os altos preços da commodity durem
 (REUTERS/Beawiharta)

Minério de ferro: Citigroup recomendou a investidores que não esperem que os altos preços da commodity durem (REUTERS/Beawiharta)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2016 às 14h26.

O minério de ferro, considerado pelo Citigroup como uma das commodities quentes de 2016, parece estar esfriando.

Os preços poderiam cair em breve porque a oferta está aumentando e a demanda por aço está diminuindo, afirmou o banco, somando-se ao coro de analistas que projetam o fim da alta inesperada dessa matéria-prima.

O preço da tonelada do minério atingirá uma média de US$ 51 no fim do trimestre e de US$ 45 em 2017 no cenário de base, disseram analistas liderados por Ed Morse em um relatório recebido nesta terça-feira.

Hoje, o preço da tonelada do minério com 62 por cento de conteúdo estava a US$ 61,75, segundo a Metal Bulletin, e a média acumulada no ano era de US$ 53,64.

“Acreditem ou não, o minério de ferro e o carvão são as commodities quentes de 2016”, afirmou o banco em uma nota, recomendando que os investidores “se desfaçam delas quando as commodities começarem a se reequilibrar”.

E acrescentou: “Não esperem que esta força dure. Estruturalmente, continua havendo no mundo um excesso de oferta de matérias com custo relativamente baixo.”

Embora o minério de ferro tenha subido mais de 40 por cento em 2016 após três quedas anuais, agora os bancos estão se alinhando para projetar a probabilidade de mais fraqueza mais adiante, com o Morgan Stanley e o UBS Group também sinalizando perspectivas de declínio no desenrolar de 2016.

O Citigroup afirmou que, embora o minério de ferro possa continuar forte até outubro, o enfraquecimento da demanda, junto com o aumento da oferta nas minas, poderia afetar os preços a partir desse mês.

O minério de ferro “poderá enfrentar grandes dificuldades no fim de 2016 e na maior parte de 2017”, escreveram os analistas, chamando a matéria-prima de “queridinha” das commodities no ano até agora.

“Os equilíbrios entre a oferta e a demanda em 2017 apontam para preços mais baixos, devido à diminuição da demanda chinesa e à produção dos novos projetos da Vale e da Roy Hill”.

A previsão do Morgan Stanley é de que que os preços voltarão a cair para US$ 40 por tonelada neste semestre porque a chegada do inverno na China reduz a demanda e a oferta de aço, de acordo com um relatório divulgado no início deste mês.

Mas nem todos estão pessimistas. É provável que o minério de ferro prolongue a alta deste ano à medida que a China tomar mais medidas para estimular o crescimento e o dólar enfraquecer, de acordo com Jason Schenker, da Prestige Economics, que fez uma das poucas projeções otimistas no último trimestre do ano passado, mesmo quando a commodity registrou uma perda de dois dígitos.

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