Plataforma de petróleo da OGX: ações da petroleira foram a maior pressão de baixa sobre o Ibovespa, caindo 16,22% (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 26 de setembro de 2013 às 17h49.
São Paulo - O principal índice acionário da Bovespa fechou em queda nesta quinta-feira, pressionado pelo recuo expressivo dos papéis da petroleira OGX, apesar da influência positiva de empresas de siderurgia.
O Ibovespa teve desvalorização de 0,88 por cento, a 53.782 pontos. O giro financeiro do pregão foi baixo, de 4,8 bilhões de reais.
O índice exibiu trajetória oposta à das ações norte-americanas, com o S&P 500 fechando em alta após cinco quedas consecutivas. O desempenho de Wall Street foi beneficiado pela divulgação de dados favoráveis do mercado de trabalho e pela última leitura do Produto Interno Bruto dos Estados Unidos no segundo trimestre, cujo crescimento ficou inalterado em 2,5 por cento.
"O mercado aqui está de lado, o que tem um efeito no índice como um todo é a queda da OGX, que tem um peso grande", afirmou o estrategista Alexandre Ghirghi, da Método Investimentos.
As ações da OGX foram a maior pressão de baixa sobre o Ibovespa, caindo 16,22 por cento. Durante a sessão, o papel encostou em sua mínima histórica, de 0,29 real.
Nesta quinta-feira, reportagem do jornal Valor Econômico afirmou que a petroleira não deve fazer o pagamento de remuneração de 45 milhões de dólares aos detentores de bônus da companhia previsto para 1o de outubro.
"A falta de pagamento do cupom gera especulação de possível falência direta", afirmou o operador de renda variável Luiz Roberto Monteiro, da Renascença Corretora.
As ações preferenciais da Petrobras e os papéis da BM&FBovespa também pesaram sobre o Ibovespa.
No sentido contrário, se sobressaiu o setor siderúrgico, com as ações de Gerdau, CSN e Usiminas subindo mais de 1 por cento.
"A CSN está se beneficiando do preço do minério de ferro mais forte, enquanto a Gerdau é influenciada pelo crescimento da economia dos EUA, já que boa parcela da receita vem de lá. O investidor espera colher os frutos disso", afirmou o analista Fábio Gonçalves, da Banrisul Corretora.
No cenário externo, continuavam as preocupações com uma possível paralisação do governo dos EUA no final do mês, quando o ano fiscal se encerra, e com as discussões sobre a elevação do limite da dívida norte-americana.
O Congresso dos EUA foi alertado pela administração do presidente Barack Obama de que o Tesouro está ficando sem verba para pagar contas do governo e pode enfrentar em breve um default.
O clima de incerteza contribuiu para evitar apostas agressivas na bolsa brasileira. "Não vejo fôlego aqui para se dizer que o mercado vai recuperar a diferença para outras bolsas. Acho que até temos esse potencial, mas está se olhando muito o que acontece lá fora", afirmou Ghirghi, da Método Investimentos.