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Com queda de 10% em 8 dias, petróleo tem espaço para cair mais, diz Laatus

Sinais de desaceleração na China e pandemia na Ásia têm aumentado preocupações sobre demanda por commodity

Equipamentos de extração de petróleo em campos terrestres: | Foto: Nick Oxford/File Photo/Reuters (Nick Oxford/File Photo/Reuters)

Equipamentos de extração de petróleo em campos terrestres: | Foto: Nick Oxford/File Photo/Reuters (Nick Oxford/File Photo/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 9 de agosto de 2021 às 17h52.

Última atualização em 9 de agosto de 2021 às 18h13.

Após chegar a acumular alta de 50% no ano, o petróleo tem enfrentado seu pior momento desde 2020, com queda de 10% desde o início da última semana. A desvalorização ocorre em meio à crescente preocupação sobre o nível da demanda e ao aumento de oferta acordado por membros da Opep, em meados de julho.

Nesta segunda-feira, 9, o petróleo chegou a tocar 4% de queda, após dados da balança comercial da China terem desapontado investidores, com a importação e a exportação saindo abaixo das expectativas. 

Embora o petróleo tenha recuperado parte das perdas no final da tarde,  Jefferson Laatus, estrategista-chefe e sócio-proprietário do Grupo Laatus, a commodity pode cair ainda mais.

“Nossa precificação é de o petróleo Brent a 65 dólares e o WTI a 60 dólares”, comenta. Caso as previsões se confirmem, o Brent, que é referência para a política de preços da Petrobras (PETR3/PETR4), tem espaço para cair mais 6% o WTI, 10%. 

No curto prazo, Laatus comenta que a deterioração da pandemia na Ásia, onde a disseminação da variante delta tem provocado fortes altas de casos, deve pressionar ainda mais os preços do petróleo. 

“Mesmo com as reaberturas, a demanda por petróleo não respondeu às expectativas. Com variantes do coronavírus aumentando o risco de novos, o cenário fica ainda pior”, diz Laatus. 

Apesar do ambiente desfavorável para o mercado de petróleo, Laatus ressalta que a queda de preços pode gerar consequências positivas para a economia como um todo, reduzindo as pressões inflacionárias. “Isso envolve até mesmo políticas do Federal Reserve (Fed).” 

Nos Estados Unidos, a alta da inflação é o principal argumento para que o Fed comece a reduzir os estímulos monetários. No Brasil, Laatus comenta que a queda do petróleo pode ser favorável para a Petrobras (PETR3/PETR4), que tem baixo custo de extração de petróleo e vem sofrendo pressões externas para segurar o preço do combustível. 

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