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Com IPO, Grupo Anima Educação mira aquisições

Segundo o prospecto, o Anima avalia instituições localizadas em 42 cidades e distribuídas em 20 estados do Brasil


	Bovespa: de forma geral, analistas veem como positivo para o setor a chegada de novas empresas à bolsa
 (BM&FBovespa/Divulgação)

Bovespa: de forma geral, analistas veem como positivo para o setor a chegada de novas empresas à bolsa (BM&FBovespa/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 17h41.

São Paulo - O Grupo Anima Educação, segunda companhia de ensino superior a pedir registro de companhia aberta em menos de uma semana, pretende partir para aquisições.

A companhia informou em prospecto preliminar, protocolado nesta terça-feira, 03, na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que a totalidade dos recursos captados na oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) será destinada à continuidade do processo de aquisições, realizada pela empresa ao longo dos últimos anos.

Há seis dias, o Grupo Ser Educacional havia oficializado sua intenção de abrir capital numa oferta que pode alcançar de R$ 500 milhões a R$ 600 milhões, conforme antecipou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência estado.

Segundo o prospecto, o Anima avalia instituições localizadas em 42 cidades e distribuídas em 20 estados do Brasil. Além disso, a companhia espera entrar no segmento de Ensino a Distância (EAD), cujo programa, afirma, está em fase final de aprovação e credenciamento no Ministério de Educação.

O grupo é dono das universidades Una e Unibh, de Belo Horizonte, além da Unimonte, de Santos. Além das universidades, o portfólio do grupo inclui também 50% de participação na HSM, instituição de educação corporativa que tem como outro proprietário o Grupo RBS. A compra foi realizada em março deste ano, por R$ 55,3 milhões.

A oferta, segundo o prospecto preliminar, será primária (de novas ações) e secundária (dos acionistas vendedores). Os coordenadores da operação são Itaú BBA (líder), Bank of America Merrill Lynch e HSBC.


De forma geral, analistas veem como positivo para o setor a chegada de novas empresas à bolsa. A percepção, porém, é de que, capitalizadas, as empresas vão disputar espaço no mercado de fusões e aquisições e que bons ativos já são escassos e caros. Há duas semanas, a americana Laureate pagou R$ 1 bilhão pelos 68 mil estudantes da FMU na aquisição mais cara desde a compra da Universidade Norte do Paraná (Unopar) pela Kroton em 2011, por R$ 1,3 bilhões.

A competição também aumenta, segundo analistas. Até hoje era baixa a sobreposição geográfica entre as grandes empresas e a expectativa é de que elas agora comecem a se chocar. O EAD, hoje liderado com folga por Kroton e Anhanguera, também deve ganhar competidores caso haja a aprovação dos novos programas pelo Ministério.

Próximos candidatos

A expectativa dos bancos que coordenam as ofertas das companhias de educação, segundo uma fonte, é aproveitar o momento favorável do setor na Bolsa.

Ainda que o cenário para ofertas em geral seja considerado ruim, Anima e Ser seriam uma alternativa de investimento ainda atraente e no momento há poucas opções. São apenas quatro as companhias listadas hoje (Abril Educação, Anhanguera, Estácio e Kroton). "Faltam alternativas no setor de educação, as ações das companhias listadas valorizaram muito e o investidor vê o potencial destes IPOs", declarou um envolvido.

Também está na fila para ir ao mercado o Grupo Cruzeiro do Sul Educacional, cuja oferta é esperada para o ano que vem. O Grupo Multi, dono de marcas como Wizard e Microlins, é outro candidato. Segundo fontes, a empresa está preparada para um IPO, mas recuou da intenção de realizar sua abertura de capital este ano. Outra cotada é a Lego Zoom, que deve anunciar em breve a venda de uma participação a um fundo de private equity, iniciativa que a prepara para ir à Bolsa no médio prazo.

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