Dólar: no exterior, pela manhã, a moeda se enfraqueceu em meio a novas declarações sobre câmbio do Secretário do Tesouro dos EUA (Ingram Publishing/Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de janeiro de 2018 às 16h53.
Última atualização em 25 de janeiro de 2018 às 17h21.
São Paulo - O dólar negociado no mercado à vista de balcão em outras praças do País fechou em baixa de 1,08%, aos R$ 3,1390 nesta quinta-feira, 25, em que os mercados futuros ficaram fechados por causa do feriado de aniversário da cidade de São Paulo (464 anos).
O valor é o mais baixo de fechamento desde 4 de outubro de 2017, quando o dólar à vista encerrou aos R$ 3,1328. A taxa Ptax diária terminou a R$ 3,1391, em queda de 1,81% sobre o fechamento anterior (R$ 3,1970), informou o Banco Central.
A liquidez foi reduzida com a ausência de negócios na principal praça financeira do País e houve influências do exterior e o cenário político-eleitoral local.
"O dólar recua desde a madrugada ante moedas principais e ligadas a commodities. O euro se fortaleceu durante o dia com a entrevista do presidente do Banco Central Europeu e, no Brasil, a percepção é de que são reduzidas as chances do ex-presidente Lula conseguir registrar a sua candidatura a presidente neste ano, após a condenação por três votos a zero em segunda instância ontem", resumiu o diretor da Correparti Jefferson Rugik.
Nesta quinta-feira, em ato político em São Paulo que aprovou sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto, Lula disse que manterá as caravanas pelo Brasil, e conclamou o PT e os movimentos sociais a ajudá-lo no embate nas ruas.
"Espero que a candidatura não dependa do Lula. Que vocês sejam capazes de fazê-la, mesmo se acontecer alguma coisa indesejável, e colocar o povo brasileiro em movimento", disse o ex-presidente.
No exterior, pela manhã, o dólar se enfraqueceu em meio a novas declarações sobre câmbio do Secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, enquanto o euro se fortaleceu com o discurso do presidente do Banco Central Europeu, Mário Draghi.
Em Davos, Mnuchin disse que os EUA não estão preocupados com "onde o dólar está no curto prazo". Na véspera, o secretário havia afirmado que "um dólar mais fraco é bom para o comércio", levando a moeda americana a sofrer fortes perdas.
Já Mário Draghi reforçou que os juros na zona do euro só devem subir muito tempo depois do fim do programa de relaxamento quantitativo (QE), cuja data é desconhecida, após afirmar mais cedo que a volatilidade do câmbio é uma fonte de incertezas e precisa ser monitorada.
Segundo ele, "há muito pouca chance" de um aperto monetário este ano. O dirigente europeu reafirmou que a política monetária permanecerá "muito acomodatícia", mesmo com ganho na inflação. Ele ainda disse que as diferenças de opinião entre os membros do Conselho do BCE são muito menos significativas do que antes, o que sinaliza uma unidade.
Hoje, o BCE decidiu manter sua principal taxa de juros, a de refinanciamento, em 0%, enquanto a taxa de depósitos seguiu em -0,40%.