NY: O barril do petróleo WTI, referência para o mercado dos Estados Unidos, era negociado a cerca de US$ 85 (ANGELA WEISS/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 12 de outubro de 2023 às 12h50.
Última atualização em 13 de outubro de 2023 às 07h51.
Em dia de feriado, 12 de outubro, que mantém a B3 fechada, o índice que acompanha as 20 ações de empresas brasileiras mais negociadas em Nova York, o Dow Jones Brazil Titans 20 Index (BR20), recuou 1,85% a 17.741,07, acompanhando os principais índices acionários americanos. O Dow Jones caiu 0,58% e a S&P, recuou 0,62%. O ETF iShares MSCI Brazil, conhecido pela sigla EWZ, também caiu forte, 1,78%.
Os investidores acompanharam na manhã desta quinta-feira a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. O índice subiu 0,4% em setembro ante agosto, segundo dados com ajustes sazonais publicados pelo Departamento do Trabalho. Apenas o núcleo do CPI, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, avançou 0,3% na comparação mensal de setembro, vindo em linha com o consenso do mercado.
Na comparação anual, o CPI dos EUA subiu 3,7% em setembro, repetindo a variação de agosto. Já o núcleo do CPI teve incremento anual de 4,1% no mês passado, perdendo força ante o avanço de 4,3% de agosto. O CPI anual de setembro ficou acima das expectativas do mercado, de ganho de 3,6%, mas o núcleo anual veio como previsto.
O mercado americano repercute os dados do indicador que é último referente à inflação antes da próxima decisão de juros do Federal Reserve (Fed). A percepção é que mais uma alta dos juros pode estar a caminho.
Além dos preços ao consumidor, nos Estados Unidos foi divulgado nesta manhã o número de pedidos de pedidos de auxílio-desemprego, que totalizou 209 mil na semana encerrada em 7 de outubro, ficando inalterado em relação ao da semana anterior. O resultado veio um pouco abaixo da previsão de analistas consultados pela Factset, de 211 mil solicitações. O total de pedidos da semana anterior sofreu ligeira revisão para cima, de 207 mil a 209 mil.Já o número de pedidos continuados mostrou avanço de 30 mil na semana encerrada em 30 de setembro, a 1,702 milhão, vindo abaixo da previsão da FactSet, de 1,677 milhão. Esse indicador é divulgado com uma semana de atraso.
Os investidores também acompanham a guerra entre Israel e Hamas. O segue em alta com o risco da guerra e com sanções mais rigorosas contra a Rússia. O barril do petróleo WTI, referência para o mercado dos Estados Unidos, fechou o dia a US$ 83 nesta quinta-feira, alta de 0,02%. O petróleo Brent subiu 0,66%, a 86,39 por barril.
A preocupação dos investidores é com uma possível escassez de oferta de petróleo. No começo da semana, surgiram contratos futuros da commodity que apontam o preço a US$ 150 o barril. Até agora, o conflito entre Israel e o Hamas tenha tido pouco impacto sobre a oferta, o combate trouxe de volta o chamado prêmio geopolítico sobre os preços do petróleo — dado os riscos de impacto potencial para a região, sobretudo no que diz respeito aos embarques iranianos. A guerra ganhou um novo capítulo na manhã desta quinta-feira, com o governo da Síria acusando Israel de bombardear seus dois principais aeroportos, na capital Damasco e em Aleppo.
Apesar da guerra, hoje, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manteve sua previsão de alta na demanda global por petróleo em 2023, em 2,4 milhões de barris por dia (bpd). Para 2024, o cartel também deixou inalterada sua projeção de acréscimo na demanda mundial, em 2,2 milhões de bpd.Apenas a demanda em países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) deverá aumentar 100 mil bpd neste ano e 300 mil bpd no próximo, projeta a Opep. Fora da OCDE, a previsão é de avanços de cerca de 2,3 milhões de bpd no consumo em 2023 e de 2 milhões de bpd em 2024.OfertaEm relação à oferta de petróleo de países fora da Opep, o cartel agora espera avanço de 1,7 milhão de bpd este ano, 100 mil bpd acima da projeção do mês passado.