Mercados

Com ajuda de NY, Ibovespa sobe 1,24% e anula perdas da véspera

A melhora foi favorecida pelo mercado externo, animado por balanços corporativos e perspectivas de aquecimento econômico

Ibovespa: a expectativa pela votação da segunda denúncia contra Temer foi fator de cautela (Germano Lüders/Exame Hoje)

Ibovespa: a expectativa pela votação da segunda denúncia contra Temer foi fator de cautela (Germano Lüders/Exame Hoje)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de outubro de 2017 às 19h36.

Última atualização em 24 de outubro de 2017 às 19h36.

São Paulo - O Índice Bovespa engatou um movimento de recuperação e anulou praticamente todas as perdas da véspera, ao subir 1,24% nesta terça-feira, 24, aos 76.350,19 pontos.

A melhora foi favorecida pelo mercado externo, animado por balanços corporativos e perspectivas de aquecimento econômico.

Internamente, a expectativa pela votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer foi fator de cautela.

A precaução se refletiu mais uma vez no volume de negócios - de R$ 8,5 bilhões - ainda inferior à média do mês.

Os principais destaques de alta no dia ficaram com as ações sensíveis aos preços das commodities. Vale ON subiu 3,42% apoiada na alta do minério de ferro e no bom desempenho de outras mineradoras no exterior.

Os ganhos se estenderam às ações do setor siderúrgico, com destaque para Gerdau PN (+3,35%).

Já a valorização expressiva dos preços do petróleo influenciou Petrobras ON e PN, que avançaram 2,12% e 1,91%, respectivamente.

As ações de bancos, que detêm o maior peso na composição do Ibovespa, subiram em bloco e completaram o quadro positivo para as blue chips.

"A Bovespa operou muito em linha com a melhora lá de fora", disse Carlos Soares, analista da Magliano Corretora. Para ele, no entanto, a principal expectativa para o mercado é mesmo esta quarta-feira, 25, quando o plenário da Câmara deverá votar a segunda denúncia criminal contra Temer, apresentada pela Procuradoria Geral da República.

"Será o termômetro da capacidade do presidente de aglutinar a base aliada", afirmou.

Embora boa parte do mercado financeiro não aposte mais na aprovação da reforma da Previdência neste ano, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta terça acreditar que haja "clima" entre os parlamentares para que isso ocorra na segunda quinzena de novembro.

Em almoço com empresários franceses e brasileiros na Câmara de Comércio França Brasil, o ministro voltou a afirmar que a reforma interessa não só ao País, mas a todos "na medida em que, se não for feita agora, terá de ser feita pelo próximo governo, que entraria com esse desafio."

Meirelles também falou sobre o processo de privatização da Eletrobras, que ele comparou aos leilões de telefonia, em 1998, que geraram R$ 22 bilhões ao governo.

"Eu acho que pode ser um movimento comparável ao que foi a telefonia na década de 90. Alguns se lembram bem daquela época em que a linha telefônica valia US$ 5 mil. Por quê? Porque era estatal", disse Meirelles.

O ministro afirmou que seu foco ao tratar de privatização não é a arrecadação, mas o aumento de eficiência para a economia. A ação ordinária da Eletrobras terminou o dia em alta de 0,62%.

Acompanhe tudo sobre:B3DólarIbovespaNova York

Mais de Mercados

Lucro da B3 sobe para R$ 1,2 bilhão no 3º tri, mas principal linha de receita recua

Dividendos mais altos? Reforma tributária pode antecipar distribuições, diz Bofa

Disney está perdendo milhões de dólares por dia devido ao bloqueio do YouTube TV

Microsoft e Google vão investir US$ 16 bilhões em IA na Europa