Resultados da Cogna no 4T23 decepcionam os investidores (Cogna/Divulgação)
Repórter de Invest
Publicado em 21 de março de 2024 às 15h46.
Última atualização em 21 de março de 2024 às 17h46.
As ações da Cogna (COGN3) figuram entre as maiores quedas do Ibovespa desta quinta-feira, 21. Na véspera, a holding de educação reportou um prejuízo líquido na ordem de R$ 397 milhões, o que representa um crescimento de 95% frente ao apurado em 4T22. No fechamento, os papéis caíram 11,90%.
No balanço divulgado, a Cogna justificou que o impacto em seu lucro foi algo “pontual”, visto que foram realizados ajustes de baixa de imposto de renda diferido, decorrentes de prejuízos fiscais em empresas do grupo. Além disso, a empresa destacou os crescimentos contabilizados na receita líquida trimestral, geração de caixa, lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) e margem, mas esses números não foram suficientes para segurar a queda das ações no pregão de hoje.
Em relatório, a Genial Investimentos aponta que a retomada do cenário macroeconômico, que deixou o ambiente mais favorável para o retorno dos alunos aos seus compromissos com a educação superior. E isso foi um ponto favorável para a Cogna e seus pares de setor. “Apesar de um não-recorrente que impactou fortemente a última linha do resultado, derivado da baixa de imposto de renda diferido, enxergamos o resultado como positivo”, dizem.
Embora tenham preferência pela Yduqs (YDUQ3), a corretora manteve a recomendação de manter nos papéis COGN3. Os analistas da Genial explicam que o anseio de criar novos cursos dentro do programa governamental “Mais Médicos” refletiu em uma baixa de imposto de renda diferido sobre um prejuízo fiscal de uma das faculdades de medicina. A escolha gerou duas consequências: ajuste nos planos de reorganização societária e uma baixa no montante de R$ 434 milhões.
Apesar do não-recorrente ter impactado a Cogna no quarto trimestre, outros números foram considerados positivos pela Genial. A receita líquida da holding cresceu 12,5% na comparação com o 4T22, enquanto o Ebitda recorrente contabilizou R$ 552 milhões, alta anual de 16,9%, impulsionados pelas três unidades de negócio da holding: Kroton, Vasta e Saber.
Já os analistas do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME) apontam que a Cogna relatou resultados fracos, “poluídos por vários itens não recorrentes” e dizem que o principal ponto positivo foi a geração de fluxo de caixa operacional, que atingiu R$ 241 milhões. Eles também apontam que a receita apurada foi além das suas projeções, “como crescimento da receita desacelerando significativamente na Kroton (alta de 1,7% a/a), compensado pelo forte ciclo do PNLD (Programa Nacional do Livro Didático) da Saber”.