Coca-Cola: empresa ficou acima das expectativas de Wall Street (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)
Repórter
Publicado em 22 de julho de 2025 às 08h14.
A Coca-Cola registrou um aumento de 63% em seu lucro operacional do segundo trimestre do ano, alcançando US$ 4,28 bilhões, comparado a US$ 2,63 bilhões no mesmo período do ano anterior. O crescimento, segundo relatório divulgado nesta terça-feira, 22, foi impulsionado por uma boa performance em diversas regiões e um incremento de 6% nos preços, apesar da leve queda de 1% no volume de vendas unitárias globalmente.
A receita líquida totalizou US$ 12,5 bilhões, representando um crescimento de 1% em relação ao segundo trimestre de 2024. O número veio pouco acima da expectativa de Wall Street de US$ 12,54 bilhões. Já as receitas orgânicas, que excluem os efeitos cambiais e mudanças estruturais, subiram 5%, impulsionadas por um aumento de 6% no preço/mix, embora as vendas de concentrado tenham caído 1%, alinhando-se ao declínio no volume global de unidades.
A região da América Latina apresentou um aumento significativo nas receitas, com um crescimento de 13%, apesar da queda de 2% no volume de vendas unitárias. A companhia teve ganhos em mercados-chave como o Brasil e Argentina, onde o volume de vendas de bebidas não alcoólicas foi estável, apesar de alguns desafios nos demais mercados da região, como alta inflação, os custos de insumos e as mudanças no comportamento do consumidor. A América do Norte, por sua vez, cresceu 3% nas receitas, sendo impulsionada pela alta no preço/mix, com destaque para o aumento nas vendas de sucos e bebidas à base de plantas.
A margem operacional da Coca-Cola no trimestre foi de 34,1%, um aumento considerável em comparação aos 21,3% do ano anterior. Quando ajustada para itens não comparáveis, a margem operacional subiu para 34,7%, frente aos 32,8% do ano passado. Esse crescimento foi atribuído à expansão da receita orgânica, gestão eficiente de custos e ao timing dos investimentos em marketing.
O lucro por ação (EPS) cresceu 58%, alcançando US$ 0,88, com um impacto negativo de 11 pontos percentuais devido a flutuações cambiais. Ajustando para esses efeitos, o EPS comparável cresceu 4%, atingindo US$ 0,87.
Os custos com insumos e flutuações cambiais continuam a representar desafios. Mas a Coca-Cola permanece otimista em relação à sua trajetória para o restante de 2025, com previsão de crescimento das receitas orgânicas de 5% a 6%.
A Coca-Cola também reforçou suas expectativas de geração de fluxo de caixa livre, projetando US$ 9,5 bilhões até o final do ano, excluindo o pagamento de contingência relacionado à aquisição da fairlife, que foi de US$ 6,1 bilhões.
Executivos da Coca-Cola haviam alertado no trimestre passado sobre comparações difíceis com os resultados do ano anterior, uma vez que o segundo trimestre de 2024 havia sido o mais forte da companhia. No entanto, analistas permanecem otimistas em relação ao desempenho da empresa devido ao seu poder de precificação e alcance global. Como resultado, as ações da Coca-Cola subiram 13% neste ano, elevando seu valor de mercado para mais de US$ 300 bilhões.
A empresa manteve suas expectativas para o crescimento das receitas orgânicas em 5% a 6% para 2025, com um impacto de 1% a 2% das flutuações cambiais. O lucro por ação comparável deve crescer cerca de 3% em relação ao valor de US$ 2,88 registrado em 2024. As ações da companhia subiam 0,41% no pré-mercado, às 08h09, no horário de Brasília.
"Em meio a um cenário externo em mudança no segundo trimestre, a capacidade do nosso sistema de se manter focado e flexível nos permitiu continuar no caminho certo na primeira metade do ano", disse James Quincey, presidente e CEO da The Coca-Cola Company. "Continuamos a executar com uma intenção clara em nossas prioridades e estamos confiantes em nossa trajetória para cumprir nossa orientação atual para 2025 e os objetivos de longo prazo."