CMN: reunião deve mudar meta de inflação (Edilson Rodrigues/Agência Senado/Flickr)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 29 de junho de 2023 às 07h40.
Última atualização em 29 de junho de 2023 às 07h49.
Todas as atenções do mercado brasileiro nesta quinta-feira, 29, devem se voltar para a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) para debater a meta de inflação de 2026 e reavaliar os objetivos de 2024 e 2025.
Segundo apuração da EXAME, a tendência é que o colegiado fixe um objetivo contínuo de 3% para todos os anos, sem prazo definido para atingi-lo. Atualmente, o Banco Central (BC) persegue metas anuais, o que força a autoridade a definir juros mais altos para cumprir o objetivo dentro do prazo.
Com mais tempo para atingir a meta, o BC poderia projetar a redução da inflação em horizontes mais largos. Para essa reunião, discute-se fixar esse período maior, de 18 meses, 24 meses, ou sem prazo definido.
Na prática, essa mudança reduz a dose do remédio amargo – a alta da Selic – para controlar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e pode consolidar as apostas de queda de juros em agosto.
Os futuros americanos estão em alta, em reação a mais uma fala do presidente do Fed, Jerome Powell, em conferência com o presidente do Banco Central da Espanha em Madri. Powell afirmou que as decisões sobre a continuidade no aperto monetário vão depender da evolução na economia, "que é sempre incerta, particularmente hoje". Powell voltou a reforçar que as decisões vão ser tomadas a cada reunião, continuando a um "passo moderado".
Na quarta-feira, as bolsas dos Estados Unidos fecharam próximo da estabilidade após o presidente do Fed afirmar que um novo aperto monetário está no radar do Fed, já que o banco segue no combate à inflação. Dados semanais de pedidos de auxílio-desemprego e a segunda revisão do PIB da maior economia do mundo também devem repercutir no mercado americano.
Na Europa, as bolsas sobem, com exceção do índice de Londres que cai nesta manhã. Os investidores seguem avaliando falas dos principais presidentes de bancos centrais durante o fórum promovido pelo Banco Central Europeu, em Sintra. A presidente do BCE, Christine Lagarde, o presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, e o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, prometeram continuar com o aperto monetário, apesar dos riscos de crescimento.
O GPA (PCAR3) recebeu uma proposta de US$ 836 milhões (R$ 4 bilhões na conversão de quarta-feira, 28) para vender os 96,52% que detém do capital social da rede supermercadistas colombiana Éxito. A oferta vinculante foi feita pelo bilionário Jaime Gilinski, um dos maiores banqueiros da América Latina e dono do conglomerado do setor alimentar Nutresa, desde 2022. Segundo a revista Forbes, Gilinski é dono de uma fortuna de US$ 5,7 bilhões.
Ibovespa chegou a sua terceira queda consecutiva nesta quarta-feira, 28, com investidores estendendo o movimento de realização de lucros após a sequência de semanas positivas. O dólar, que tinha batido mínima do ano neste mês, teve seu quarto dia de valorização dos últimos cinco pregões.
O dólar fechou em alta de 1,02% a R$4,847. Ontem, o dólar fechou em alta de 0,67% a R$4,798. O dólar está em alta, impulsionado pela repercussão da ata do Copom, que indica a possibilidade de queda nos juros em agosto, e pela expectativa em torno dos primeiros dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE.
O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.
Com informações de Antonio Temóteo.