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Clube recebe Savaris, do Itaú: momento exige ações defensivas

No 23º episódio do videocast da EXAME Invest, gestor prevê fuga de investidores de bolsas de valores para a renda fixa americana

Bruno Savaris, gestor do fundo Itaú Hunter, da Itaú Asset Management  (Exame Invest/YouTube)

Bruno Savaris, gestor do fundo Itaú Hunter, da Itaú Asset Management  (Exame Invest/YouTube)

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Da Redação

Publicado em 30 de março de 2022 às 11h38.

Última atualização em 30 de março de 2022 às 15h02.

Guerra na Europa, inflação alta, crescimento baixo e aumento de juros nas principais economias são só alguns dos fatores que têm tirado o sono de investidores do mundo inteiro. "Não faltam elementos para ficar mais cauteloso", afirmou Bruno Savaris, gestor do fundo Itaú Hunter, da Itaú Asset Management, convidado especial do 23º episódio do videocast Clube, da EXAME Invest.

"Quando o mercado brasileiro começou a realizar de fato? Quando o CDI virou um concorrente [da renda variável]. É um rendimento bom e sem risco. Vai haver um momento, lá fora, em que o juro vai competir com o S&P 500 e começaremos a ver uma realocação em títulos de renda fixa e saída do mercado de ações", disse.

Sinais de deterioração de bolsas internacionais já estão aparentes, segundo o gestor, como queda do prêmio de risco em renda variável e revisão de lucros para baixo. "O investidor institucional já está preocupado com isso, mas o varejo americano [que representa 39% da renda variável do país] ainda não. Eles continuam comprando porque caiu. Mas esse 'buy the dip' funciona bem quando se está injetando liquidez no sistema."

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O jogo, segundo Savaris, deve mudar em maio, mês em que o Fed pretende dar início à redução de seu balanço patrimonial. "Cerca de US$ 35 trilhões vão começar a ser enxugados. A partir do momento que tira essa liquidez do sistema, a busca é outra." A guerra da Rússia na Ucrânia, disse o gestor, exacerbou os riscos, com maior pressão sobre as taxas globais de inflação e crescimento. "Hoje estamos mais cautelosos."

Savaris disse esperar que um ajuste "suave" ("dovish") da política monetária americana configure um ambiente de estagflação, com a inflação elevada por mais tempo e baixo crescimento. O cenário, apontou o gestor, deve exigir a busca por ações de empresas defensivas. "Vou ter commodities, bancos, utilidades públicas, varejistas de consumo básico. Vou ter de trabalhar com ações de menos risco."

Entre as ações com esse perfil, Savaris vê grande potencial nos papéis da petrolífera 3R (RRRP3).

"Começamos a ver uma assimetria importante considerando a curva de preços do petróleo. É uma assimetria muito grande para ignorar."

Assista na íntegra ao podcast Clube com Bruno Savaris, gestor da Itaú Asset:

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