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Clube recebe Gustavo Salomão, que conta como ficar vendido em ações

Sócio-fundador da Norte Asset é o convidado do videocast da EXAME Invest e diz a quais fatores investidores devem ficar atentos para ficar short em uma empresa

Gustavo Salomão: sócio-fundador e CIO da Norte Asset | Foto: Reprodução/Youtube (Youtube/Reprodução)

Gustavo Salomão: sócio-fundador e CIO da Norte Asset | Foto: Reprodução/Youtube (Youtube/Reprodução)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 2 de dezembro de 2021 às 12h14.

Última atualização em 2 de dezembro de 2021 às 12h37.

Investir a longo prazo em uma empresa demanda paciência e confiança no modelo de negócio. Mas é preciso estar atento aos sinais de que a tese, ainda que tenha se mostrada certeira durante algum tempo, já não tem ou não terá a mesma força, seja por fatores de concorrência, ambiente macro, questões micro ou de gestão, entre outros.

Foi o que afirmou Gustavo Salomão, sócio-fundador e CIO (head de investimentos) da Norte Asset e gestor com quase 30 anos de mercado, com extensa carreira no Garantia e depois no Credit Suisse, em conversa no Clube, o videocast semanal da EXAME Invest.

Salomão foi recebido no Clube por Bruno Lima, analista-chefe de ações do BTG Pactual digital, e Daniel Cunha, da área de Sales do BTG Pactual, que são os apresentadores do videocast.

No programa, o experiente gestor compartilhou a sua experiência e visão sobre como ficar vendido em certas empresas, contando a quais fatores investidores devem ficar atentos ao decidir montar posições short, com a ressalva de que a maior parte do mercado, seja por falta de mandato ou de experiência, não tem o "traquejo" necessário.

Ele deu exemplos práticos do momento atual: explicou os motivos que o levaram a montar uma posição vendida na Stone, empresa da qual foi investidor ainda antes de a empresa ter aberto capital há três anos.

Segundo ele, na época do investimento na Stone, havia grande espaço para novos concorrentes ganharem mercado das duas principais empresas de adquirência da época, Cielo -- então "uma das queridas do mercado" -- e Redecard. 

“No momento em que investi na Stone, Cielo e Redecar tinham 90% do mercado e uma margem muito grande. Se entrasse uma empresa oferecendo um serviço melhor e uma taxa menor, iria ganhar bastante mercado”, disse. 

Salomão ressaltou que a operação abria oportunidades de ficar vendido nas gigantes do setor, que seriam atacadas pela maior concorrência. “Pensei: se elas têm um market share tão grande e gordura de margem, se a concorrência atacar, eles vão perder share e margem. Se isso não está sendo precificado, vou ficar vendido nessa ação.” 

No início deste ano, já à frente da Norte Asset, ele conta que ainda estava comprado em Stone com a ação negociada a 80 dólares. A cotação chegou a subir e depois caiu para a casa de 70 dólares, momento em que decidiram sair. Pouco depois, enxergaram uma oportunidade de ficar short ao começarem a observar problemas na companhia.

Desde que montou a posição vendida, as ações da companhia, listadas na Nasdaq, caíram cerca de 80%. “Neste ano, a Stone tem sido um grande contribuidor de resultado para nosso fundo da Norte Asset.”

O CIO da Norte Asset, fundada por Salomão no ano passado, explicou como procura antecipar esses movimentos de mercado.

"Você olha para venture capital em diferentes setores e pode pensar em investir e ficar comprado em determinada empresa no momento em que ela ganhar mercado e abrir o capital mas também pode ganhar dinheiro ao ficar vendido na ação de quem for perder mercado e margem por causa da concorrência", explicou Salomão.

Entre os fatores que o levaram à decisão sobre a Stone estiveram a piora do cenário competitivo e  problemas na frente de crédito. “As fintechs revolucionaram na frente de serviços, mas dar crédito não é uma coisa tão simples, principalmente no Brasil. Vimos que tinha um grande problema aí e aumentamos nossa posição vendida para mais de 5% do fundo.” 

No programa, Salomão ainda comentou sobre sua experiência mais recente com venture capital e, antes, no comando de uma das maiores Tesourarias do país, primeiro no Garantia e, depois, no Credit Suisse.

Assista ao videocast Clube, da EXAME Invest, com Gustavo Salomão, da Norte Asset:

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