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Clube recebe Felipe Miranda: 'por que estou vendido em Nubank e TC'

CEO e cofundador da Empiricus, maior casa de análises independente do país, é o convidado do 25º episódio do Clube, o videocast da EXAME Invest

Felipe Miranda, CEO e cofundador da Empiricus, aponta algumas das boas oportunidades do mercado (Exame Invest/YouTube)

Felipe Miranda, CEO e cofundador da Empiricus, aponta algumas das boas oportunidades do mercado (Exame Invest/YouTube)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 20 de abril de 2022 às 13h11.

Última atualização em 25 de abril de 2022 às 15h15.

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As ações do Nubank (NU) acumulam queda de 37% desde a estreia na Bolsa de Nova York (NYSE) no início de dezembro do ano passado. Mas para Felipe Miranda, CEO e cofundador da Empiricus, o preço continua alto demais. O mesmo ocorre com as ações do TC (ex-TradersClub, TRAD3), que já desabaram 55% desde o IPO da B3. As teses foram justificadas em detalhes em sua participação no 25º episódio do Clube, o videocast da EXAME Invest.

O CEO da maior casa de análises do país conversou com Daniel Cunha, da área de Sales do BTG Pactual, e Bruno Lima, da área de Equity Research do BTG Pactual, apresentadores do programa semanal da EXAME Invest.

Miranda disse considerar o cenário mais arriscado para empresas de tecnologia, como fintechs, e ressaltou que fatores inerentes ao modelo de negócios dessas companhias poderão derrubar ainda mais os preços das ações.

"O Nubank é uma empresa fantástica, só que o Banco Inter e a Stone também são. Acho que o valuation não corresponde à realidade da companhia", afirmou Miranda. Para o CEO da Empiricus (da mesma holding da EXAME), o histórico limitado da companhia na concessão de crédito pode se mostrar um risco relevante.

"Dar crédito é algo complexo. Todo mundo que tentou dar crédito muito rápido bateu com a cara no muro. Não tenho dúvida de que o Nubank tem cientistas de dados fabulosos, mas o Itaú, o Santander e o BTG também têm. Quem tem expertise para dar crédito é banqueiro. Não acho que tem um banqueiro no Nubank", afirmou.

Miranda ainda ressaltou os potenciais impactos da necessidade de monetização do banco digital. Para isso, ele traçou um paralelo com o Banco Inter (BIDI11), concorrente direto do Nubank.

"Muito da tese do Inter foi em cima do CAC (custo de aquisição de cliente) baixo, com atração de cliente marginal. Isso porque não monetiza ainda. Todo mundo gosta do Nubank porque eles não cobram nada. Quando tentaram empurrar seguro de vida, os clientes reclamaram. É fácil amar uma marca que não cobra nada. O CAC baixo e a beleza vão morrendo no momento em que precisar monetizar", argumentou o CEO da Empiricus.

O atual patamar de preço da ação do Nubank, de acordo com Miranda, não precifica essas dificuldades futuras. "Está precificado para a perfeição. Acho que tem muito pouco espaço para [a ação] subir e muito para cair. É muito fácil criar marcas super amadas, mas empresas rentáveis ao longo do tempo é mais difícil."

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TC (TRAD3)

"O TradersClub também é uma empresa muito legal como plataforma. Mas uma empresa que fatura R$ 100 milhões não pode valer mais de R$ 1 bilhão. Entre comprar TC a 10x a receita e Mercado Livre (MELI) a 6x a receita, eu compro o Mercado Livre. Fantástico por fantástico, vou no que está mais barato", explicou Miranda.

Ele ainda classificou os últimos dois resultados do TC como "muito ruins". "Dos R$ 607 milhões que levantaram [no IPO], já queimaram a metade." As aquisições feitas pela companhia, disse, "não se conversam". "Integrar tudo à realidade é mais difícil. Na planilha, todo mundo integra tudo. No dia-a-dia, as linguagens são diferentes, as pessoas têm outra cultura e querem sair, pois não estão mais felizes. E tudo isso com uma margem Ebitda negativa em 50% [no quarto trimestre]."

Teses de alta

O estrategista da Empiricus também contou no programa sobre oportunidades que enxerga na bolsa. Ele apontou que a ação da incorporadora Mitre (MTRE3) pode "dobrar ou até multiplicar por três" quando o juro começar a cair. "Ela [a empresa] está valendo o valor dos terrenos, que estão avaliados em R$ 490 milhões. E a empresa vale pouco mais de R$ 600 milhões. É só jogar a inflação no terreno que vai bater no valor de mercado", apontou.

Além de considerar a ação barata, Miranda disse ver com bons olhos a parte operacional da companhia. "A Mitre está vendendo bem, não tem dívida e só atua em São Paulo. E opera em um setor que está abandonado. Quando a curva de juros começar a cair, essa é uma história em que [a ação] poderia multiplicar por três", afirmou.

Assista ao episódio do Clube com Felipe Miranda.

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